Influência do preço da mão de obra na sustentabilidade das explorações vitícolas durienses: uma aplicação de modelos baseados em agentes
2021
João Matias | Adelaide Cerveira | Cátia Santos | Ana Alexandra Marta-Costa
Resumo: Em Portugal, a disponibilidade de mão de obra tem-se revelado um fator-chave para a viticultura de montanha. Estatísticas mais recentes denotam valores preocupantes que poderão colocar em causa a produção de vinho de qualidade e o atraente conjunto de paisagens vitivinícolas consideradas um recurso potencial para o desenvolvimento do turismo. Por a região duriense ser uma das principais regiões vitivinícolas portuguesas, caracterizada por proeminente e acentuada viticultura de montanha, pretende-se, neste trabalho, simular o comportamento das suas explorações perante alterações do preço de mão de obra, recorrendo-se a modelos baseados em agentes (ABM). Foi ainda usado o software MATLAB para obter funções periódicas ajustadas aos dados caracterizadores das variáveis consideradas pertinentes, obtidas de inquéritos presenciais a 110 explorações e atendendo aos dados disponibilizados pela Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA). Posteriormente, o software ABM (NETLOGO) foi selecionado para simular os próximos 100 anos, familiarizando a dinâmica real baseada nos dados anteriormente considerados. Dependendo do preço da mão de obra, no final do horizonte de simulação, com o preço da uva a 0,77€ /kg, das 300 explorações existentes inicialmente, sobrevivem entre 127 e 231 (42,3% a 77%). Num cenário mais otimista, com o preço da uva a 1,17 €/kg, a taxa de sobrevivência oscila entre 72,1% e 93,2%.
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