Papel da flora intestinal bacteriana na gastrenterite hemorrágica (parvovirose) dos cães
1996
Mitika Kuribayaslui Hagiwara | Elsa Masae Mamizuca | Maria de Fátima Borges Pavan
O parvovírus canino pode estar associado a parasitas intestinais, vírus ou bactérias enteropatogênicas, os quais podem predispor ou contribuir para o agravamento do quadro mórbido e, nos casos de diarréia grave, na instalação do choque endotóxico. Com a finalidade de analisar a existência de infecção bacteriana concomitante ou de bacteremia, em cães com enterite hemorrágica aguda e grave, causada por parvovírus, procedeu-se à coprocultura e à hemocultura, em 34 animais atendidos no Hospital Veterinário da FMVZ/USP. O diagnóstico clínico e etiológico de parvovirose baseou-se no perfil hematológico e na presença de partículas virais nas fezes dos cães, observadas por meio de microscopia eletrônica. Não foram isoladas Salmonella sp ou E. coli enteropatogênica, ao contrário de Campylobacter jejuni, que foi isolado das fezes de cinco dos pacientes estudados. Em relação à hemocultura, Pseudomonas sp, E.coli, Alcaligenes odorans e bacilo Gram-negativo não fermentador, não identificado, foram isolados de cinco cães, dos quais quatro sofreram evolução fatal. Aparentemente, a infecção bacteriana concomitante não exerce papel de destaque na evolução do processo, mas existe uma invasão da corrente sangüínea por bactérias pertencentes à flora intestinal normal, o que resulta no agravamento do quadro mórbido, contribuindo para a instalação do choque endotóxico e o óbito do animal.
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