A deficiência de boro na cultura do girassol pode causar diminuição na produção, principalmente pela queda dos capítulos. A maioria dos solos, notadamente os tropicais apresentam baixo teor de boro (B) disponível. Objetivando verificar a resposta do girassol a aplicação de boro em diferentes ordens de solos tropicais, com texturas diferenciadas, realizou-se um experimento em condição controlada. Foram aplicadas às amostras dos solos, coletados na camada de 0-20 cm, quatro doses de B na forma de ácido bórico (H3BO3) em soluções nas concentrações de 0,0; 0,04; 0,08 e 0,16 mol m-3. Os solos avaliados foram: PAC - Argissolo Acinzentado; PVe - Argissolo Vermelho eutrófico; PVA - Argissolo Vermelho-Amarelo; RL - Neossolo Litólico; RY - Neossolo Flúvico; VX - Vertissolo Háplico. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, em esquema fatorial 6 x 4 (solos x doses), com quatro repetições e uma planta por vaso. A quantificação do teor de B foi realizada pelo método de extração com solução de cloreto de bário de 5,0 mol m-3 submetida a aquecimento com radiação de micro-ondas e a determinação do teor de B nos solos foi realizada por meio de técnica colorimétrica utilizando o reagente azometina-H. Os teores correspondentes aos níveis de suficiência de B estabelecidos nos solos permitiram, independente da dose adicionada, uma produtividade superior a 90% de rendimento relativo. A maior produção de matéria seca do girassol esteve associada ao teor de B no solo entre 0,04 e 0,08 mol m-3, verificando-se decréscimo com concentrações superiores.

O feijão-caupi é considerado uma das principais fontes alimentares das regiões tropicais e subtropicais e, para as populações das regiões Norte e Nordeste do Brasil representa uma importante atividade sócio- econômica. O objetivo deste trabalho foi avaliar características de crescimento do feijão-caupi sob o efeito residual da adubação fosfatada. A pesquisa foi conduzida na estufa telada do Departamento de Solos e Engenharia Rural, do Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Federal da Paraíba, Areia-PB. Os substratos utilizados foram materiais de LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELO de texturas argilo arenosa e franco argilo arenosa que foram adubados com os níveis de 0; 40; 80; 120 e; 160 kg ha-1 de P2O5. Após a adubação, foram realizados os cultivos com girassol, milho e feijão-caupi, respectivamente. As variáveis analisadas foram: diâmetro do caule, comprimento do ramo principal, área foliar, massa seca da parte aérea e, consumo de água. O efeito do fósforo residual foi significativo para a área foliar, massa seca da parte aérea e consumo de água. O efeito dos solos foi significativo para todas variáveis avaliadas, exceto para o consumo de água. A adubação fosfatada no girassol, seguida pelo cultivo do milho possui efeito positivo no crescimento e consumo de água pelo feijão-caupi, terceira cultura. O LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO de textura franco argilo arenosa proporcionou maiores valores em diâmetro ao nível do solo, comprimento do ramo principal e área foliar do feijão-caupi.

Com o objetivo de avaliar o consórcio na linha do sorgo granífero com implantação em duas profundidades de semeadura de espécies de braquiárias, foi conduzido um ensaio a campo em fevereiro de 2009 em Rio Verde, GO. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, em esquema fatorial 2x3+1+3, com quatro repetições, referentes a duas profundidades de semeadura da braquiária (2 e 10 cm); três espécies de braquiária (Brachiaria decumbens, B. brizantha cv. Marandu e B. ruziziensis) consorciadas com o sorgo granífero DKB 599, além de quatro tratamentos adicionais referentes aos monocultivos do sorgo e das três espécies de braquiárias. Aos 52 dias após a colheita dos grãos do sorgo, foi realizado o corte na braquiáriaa 30 cm do solo para explorar a rebrota das plantas na entressafra, e posterior avaliação do rendimento de forragem aos 36 dias após o corte. Os consórcios na linha com B. brizantha, independente da profundidade de semeadura, e com B. decumbens, semeada a 2 cm, mostraram-se como as associações mais promissoras para produção de grãos de sorgo na safrinha. O cultivo de braquiária em consórcio na linha com sorgo granífero possibilitou aumento dos rendimentos de matéria seca e proteína bruta total. A exploração da rebrota das plantas de braquiária no consórcio mostrou-se como técnica de cultivo viável para produção de forragem e cobertura do solo na entressafra em condições de cerrado.

O araçá (Psidium spp.) é uma planta silvestre com potencial de uso direto e indireto e se encontra espontaneamente na região semiárida baiana. Assim, o objetivo do trabalho foi caracterizar botanicamente, morfologicamente e fisico-quimicamente, para fins de resgate, 37 acessos de araçá dos municípios de Campo Formoso, Senhor do Bonfim, Jacobina, Morro do Chapéu e Uauá, usando plantas em diferentes fases fenológicas, utilizando os descritores porte da planta, formato do tronco, cor da folha, morfologia floral, cor da casca do fruto, massa do fruto, diâmetro longitudinal do fruto, diâmetro transversal do fruto, formato do fruto, sólidos solúveis, acidez titulável, índice de maturação e vitamina C. Estimou-se a diversidade entre os acessos de araçá empregando os agrupamentos de Tocher e Tocher invertido, a partir da integração dos dados de descritores multicategóricos e quantitativos. Foram determinadas três espécies de araçá (P. schenckianum, P. guineense e P. grandifolium), havendo variação para todos os descritores utilizados. Foram encontradas plantas do mesmo porte da goiabeira. Os agrupamentos de Tocher e Tocher invertido revelaram a existência de diversidade entre os acessos de uma mesma espécie, entre espécies diferentes, assim como entre municípios e dentro de um mesmo município. Os descritores que mais contribuíram para formação dos grupos foram Vitamina C (70,88%) e massa de fruto (25,66%). A variação encontrada para os diversos descritores demonstra que existe diversidade genética entre os acessos dos cinco municípios do semiárido baiano os quais apresentam potencial de conservação e exploração futura.

Objetivou-se avaliar o antagonismo e os metabólitos produzidos por diferentes espécies de Bacillus na inibição do crescimento micelial in vitro de F. oxysporum f. sp. lycopersici. Para a avaliação do antagonismo de dez isolados de Bacillus ao patógeno, foi realizado o pareamento entre fungo e bactérias pelo método do círculo. Na qualidade dos metabólitos termo estáveis foram utilizados meio líquido BD (Batata-Dextrose) para crescimento dos isolados de Bacillus sp., permanecendo durante 15 dias em câmara incubadora. Em seguida, adicionou-se Ágar ao meio líquido, efetuando-se a autoclavagem e vertendo-se em placas de Petri. No centro das placas foram colocados discos de cultura do patógeno. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com 11 tratamentos e seis repetições para os dois experimentos. Foi verificado que todos os isolados diferiram da testemunha. Os isolados B 12 (Bacillus sp.), B 41 (B. cereus), B 22, (B. pentothenticus), B 45 (B. cereus), B 47 (B. cereus) apresentaram as menores médias de diâmetro da colônia. Na inibição do crescimento micelial de F. oxysporum f. sp. lycopersici pela produção de metabólitos termoestáveis, cinco isolados diferiram da testemunha, são eles: B 35 (B. pumilus), B 47 (B. cereus), B 22, (B. pentothenticus), B 12 ( Bacillus sp.) e B 41 (B. cereus), sendo os dois últimos tratamentos, os que apresentaram os menores diâmetros de colônia do fitopatógeno, com 2,89 e 3,81 cm, respectivamente. Os isolados B 12 e B 41 foram capazes de inibir 67,88 % e 57,66 % do F. oxysporum f. sp. lycopersici. Esses resultados ressaltam a possibilidade de utilização de bactérias do gênero Bacillus no combate à fusariose.

A alelopatia pode ser definida como qualquer efeito, direto ou indireto, benéfico ou prejudicial, de uma planta sobre a outra, por meio da liberação de compostos químicos no ambiente. Neste contexto, este trabalho teve por objetivo avaliar, em laboratório, as propriedades alelopáticas de extratos aquosos das plantas de cobertura canola (Brassica napus L. var), crambe (Crambe abyssinica Hochst), crotalária (Crotalaria juncea), linhaça (Linum usitatissimum L.) e nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) nas concentrações de 0; 12,5; 25; 50 e 100%. As plantas utilizadas nos extratos aquosos foram coletadas no período de floração respectivo de cada espécie. Os testes de germinação das sementes foram realizados em caixas gerbox, biomassa verde e seca, comprimento de raiz e de parte aérea das plantas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC), em esquema fatorial (5x5) com quatro repetições por tratamento. Os resultados obtidos permitem concluir que os extratos testados apresentaram efeito alelopático em plântulas de alface, pepino e soja na maioria dos parâmetros avaliados, porém, para porcentagem de germinação de sementes e biomassa seca de soja, verificou-se efeito não significativo. O extrato de crotalária, independente da concentração, foi o que mais contribuiu para aumento da porcentagem de germinação e crescimento das plântulas. Todavia, o extrato de linhaça demonstrou efeito contrário para esses parâmetros nas concentrações de 100%.

O presente estudo verificou a capacidade de consumo de Ceraeochrysa cubana quando alimentado com ninfas de Aleurocanthus woglumi. Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Entomologia do Departamento de Fitotecnia e Ciências Ambientais da Universidade Federal da Paraíba – Areia/PB. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado em esquema fatorial. A pesquisa foi conduzida em câmaras climatizadas, reguladas à 26 ± 2ºC, umidade relativa de 70 ± 10% e fotofase de 12 horas. A predação de C. cubana foi avaliada para os três instares larvais (1º, 2º e 3º), tendo como presa, ninfas de 1º, 2º, 3º ou 4º instares de A. woglumi, com 10 repetições por tratamento. As larvas eram individualizadas em placas de Petri (9,0 x 1,5 cm), tendo como alimento padrão (testemunha) ovos de Sitotroga cerealella. O consumo entre os instares do predador dentre as ninfas foi maior e crescente para ninfas de 1º ínstar de A. woglumi. A predação total entre os instares do predador foi maior quando alimentado por ninfas de 1º ínstar de A. woglumi. O predador quando alimentado por ninfas de 2º ínstar de A. woglumi teve maior ingestão no estádio de 3º larval. O crisopídeo C. cubana é promissor como agente de controle de A. woglumi em programa de controle biológico, considerando as infestações com ninfas de 1º ínstar de A. woglumi.

Os reguladores vegetais vêm sendo utilizados em diferentes cultivos como técnica de manejo que visa reduzir o porte da planta e proporcionar alterações fisiológicas que promovam incrementos na produtividade. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos do regulador vegetal paclobutrazol no crescimento e desempenho produtivo da soja cultivada sob diferentes densidades de semeadura. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, em esquema fatorial (2 × 4 × 4), com quatro repetições, sendo duas populações de plantas (250 e 450 mil plantas ha-1), quatro doses do regulador vegetal paclobutrazol (0; 12,5; 25,0 e 37,5 g de i.a. ha-1) e quatro estádios de aplicação (V3, V6, R1 e V3+R1). As médias para os efeitos dos estádios das aplicações e as populações de plantas foram submetidas a teste de Scott Knott a 5% de probabilidade e das doses do regulador à análise de regressão. A população de 450.000 pl ha-1 resultou em maior altura das plantas, maior acamamento e menor produtividade de grãos de soja. O uso de paclobutrazol no estádio V3 da cultura da soja não reduziu a altura das plantas nem a produtividade de grãos, porém reduziu a porcentagem de acamamento, sendo que nos estádios de pleno desenvolvimento da cultura (V6) ou no início do período reprodutivo (R1) reduziu a altura e o acamamento, bem como, à produtividade de grãos da cultura. Os aumentos nas doses do regulador paclobutrazol resultaram na redução da altura das plantas, do acamamento e da produtividade de grãos da soja.

Objetivou-se avaliar o efeito da água de rejeito da dessalinização na qualidade e conservação pós-colheita de alface, cultivares Verônica e Quatro Estações, produzida em sistema hidropônico com fibra de coco. O ensaio foi desenvolvido em um ambiente protegido do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, localizado em Mossoró-RN, instalado em delineamento experimental de blocos ao acaso, em esquema fatorial 2 x 2 x 5, com três repetições, sendo os tratamentos constituídos por duas cultivares de alface (Verônica e Quatro Estações), dois tempos de avaliação (na ocasião da colheita e após três dias de conservação) e cinco níveis de salinidade da solução nutritiva obtidos com ou sem a necessidade de diluição do rejeito da dessalinização de água salobra (1,1; 2,4; 3,6; 4,7 e 5,7 dS m-1). A cultivar Quatro Estações destacou por apresentar menor perda de massa fresca ao longo do período de conservação, maior conteúdo médio de clorofila total e maior valor de pH. O conteúdo de vitamina C e o teor de sólidos solúveis foram influenciados pelo reuso de rejeito da dessalinização em solução nutritiva, apresentando maior teor, no maior nível salino estudado. As alfaces cultivadas em fibra de coco irrigada com reuso do rejeito da dessalinização na solução nutritiva apresentaram, em geral, boa aparência tanto na colheita como após três dias de conservação refrigerada.

O cultivo de plantas de coberturas antecedendo ao plantio de milho e feijão pode influenciar a produtividade destas culturas. Neste estudo objetivou-se avaliar a produção de fitomassa e a decomposição dos resíduos culturais das plantas de cobertura e o rendimento de grãos de milho e feijão cultivados sobre estas plantas de coberturas em solos. O experimento foi conduzido em condições de campo no município de Uberaba na safra agrícola de 2011/12. Utilizou-se o delineamento de blocos ao acaso no esquema de parcelas subdivididas. Nas parcelas estavam às sete plantas de cobertura: Crotalária (Crotalaria spectabilis), feijão-de-porco (Canavalia ensiformis DC.), milhetos ADR300, ADR500 e ENA2 (Pennisetum glaucum L.), Sorgo (Sorghum bicolor L.) e braquiária (Urochloa brizantha cv Marandú) e nas subparcelas as culturas anuais em sucessão (milho e feijão). Os milhetos ADR300, ADR500 e ENA2 entre as Poáceas e feijão-de-porco entre as Fabáceas apresentaram maior produção de fitomassa seca (9,8, 8,9, 8,6 e 3,8 t ha-1), respectivamente; após 150 dias a decomposição dos resíduos vegetais da crotalária juncea, feijão-de-porco, sorgo, braquiária, milheto ADR500, milheto ENA2 e milheto ADR300 foram na ordem de 67,9, 71,7, 53,8, 61,7, 49,9, 45,5 e 46,7%, respectivamente; a produtividade do milho foi maior quando a cultura foi cultivada sobre os resíduos de milheto ENA2 (7,2 t ha-1) e feijão-de-porco (6,8 t ha-1), enquanto no feijão foi maior quando cultivado sobre milheto ADR300 (1,3 t ha-1) e crotalária (1,2 t ha-1).