Uso das terras, potencial de uso conservacionista e serviçoes ecossistêmicos na UTE Nascentes, Rio das Velhas, MG, Brasil

The dynamics of land surface change and its impacts on ecosystems and biodiversity affect the provision and regulation of various ecosystem services. Anthropogenic activities, when evidenced through changes in soil use and coverage, influence the soil's support capacity, for example, for water supply or regulation of erosion processes. Recognizing human interference as a factor in the dynamics of land use and cover change is essential so that managers and decision makers can implement plans, projects and actions capable of mitigating and conserving land, seeking to promote the services offered by nature. Adopting the limits of the Nascentes watersheds as a study area, this work had objectives such as developing thematic maps aligned with the quantification of changes in land use and cover and the relationship with ecosystem services, being divided: (1) analyze the change, over a period of 36 years, from 1985 to 2021, at pre-defined intervals, namely, 1985–2003, 2003–2021 and 1985–2021; (2) evaluate land transition and its impacts on potential areas of conservative use; (3) propose practices that contribute to the promotion of ongoing ecosystem services, sustainable development and the vocation of the territory. Using remote sensing together with the Geographic Information System (GIS), it was possible to analyze and quantify the changes and transitions aligned with the application of the Conservationist Use Potential (PUC) method, allowing the vocational potential of the territory to be identified. The results showed that between 1985 and 2021 there was an increase in mining (513.70%), forestry (176.88%) and urban areas (72.86%). Soil transitions, that is, changes between classes, intensified in the areas of PUC Very Low, going from Rock Outcrop to Mining (94.37 ha); from PUC Medium, changing from Forestry to Silviculture (355.67 ha); and, from PUC High, from Pasture and Mosaic of Uses for Urbanized Areas (620.37 ha). By relating the PUC to the land transition, it was possible to identify, from the exploratory analysis, that class changes promoted the loss of the territory's vocation in addition to intensifying the loss of potential for the provision and regulation of ecosystem services.

A dinâmica na mudança da superfície terrestre e seus impactos sobre os ecossistemas e biodiversidade afetam na provisão e regulação dos diversos serviços ecossistêmicos. As atividades antrópicas, quando analisadas a partir da mudança no uso e cobertura do solo, influenciam na capacidade de suporte do solo, por exemplo, para a provisão hídrica ou na regulação aos processos erosivos. Reconhecer a interferência humana como fator na dinâmica de mudança do uso e cobertura do solo é essencial para que os gestores e tomadores de decisões possam implementar planos, projetos e ações capazes de mitigar e conservar a terra, buscando a promoção dos serviços ofertados pela natureza. Adotando os limites da sub-bacia hidrográfica Nascentes como área de estudos, este trabalho teve como objetivos desenvolver mapas temáticos alinhado a quantificação das mudanças no uso e cobertura do solo e a relação destas com os serviços ecossistêmicos, sendo dividido: (1) analisar a mudança, em um período de 36 anos, de 1985 a 2021, em intervalos pré-definidos, a saber, 1985–2003, 2003–2021 e 1985–2021; (2) avaliar a transição do solo e seus impactos sobre potenciais áreas de uso conservacionista; (3) propor práticas que contribuam para a promoção dos serviços ecossistêmicos visando o desenvolvimento sustentável e a vocação do território. A partir da utilização do sensoriamento remoto junto ao Sistema de Informação Geográfica (SIG) foi possível analisar e quantificar as mudanças e transições alinhadas com a aplicação do método do Potencial do Uso Conservacionista (PUC), permitiu identificar o potencial vocacional do território. Os resultados mostraram que entre os anos de 1985 e 2021 houve um aumento da mineração (513,70%), silvicultura (176,88%) e áreas urbanas (72,86%). As transições do solo, ou seja, as mudanças entre as classes, se intensificaram sobre as áreas de PUC Muito Baixo, passando de Afloramento Rochoso para Mineração (94,37 ha); de PUC Médio, passando de Formação Florestal para Silvicultura (355,67 ha); e, de PUC Alto, de Pastagem e Mosaico de Usos para Áreas Urbanizadas (620,37 ha). Ao relacionar o PUC com a transição da terra foi possível identificar, a partir da análise exploratória, que as mudanças de classe promoveram a perda da vocação do território além de intensificarem a perda do potencial para a provisão e regulação dos serviços ecossistêmicos.