O ESTUÁRIO DO TEJO COMO AUTOESTRADA FLUVIAL
2023
Oliveira, Mauro Daniel Coelho de | Melo, João | Zúquete, Eduardo
O setor dos transportes é um dos principais responsáveis pela poluição atmosférica, incluindo os gases com efeito de estufa, na Europa, em Portugal e, em particular, na Área Metropolitana de Lisboa (AML), sendo também um agente relevante no congestionamento do tráfego e do ruído nas zonas urbanas. Assim sendo, o transporte público é tem um papel fundamental na mitigação desse problema. Em 2017, três quartos das deslocações da AML foram realizadas em transporte motorizado (IMTT, 2021), resultando no congestionamento do trânsito nos acessos e no centro da cidade. Há, no entanto, uma alternativa, tanto para entrar em Lisboa como para ligar cidades e vilas ribeirinhas na ampla margem sul do estuário: a via fluvial. Esta dissertação explora a possibilidade de criar novas rotas fluviais no estuário do Tejo, tanto longitudinais como transversais, como uma das peças fundamentais na rede intermodal de transportes da Área Metropolitana. O método de pesquisa incluiu a análise de matrizes origem-destino, estatísticas de transporte, entrevistas com autoridades locais e uma pesquisa baseada num inquérito online dirigida aos utentes atuais e potenciais. A transferência modal prevista aquando da implementação da presente proposta pode representar a "transferência" de cerca de doze mil passageiros, por dia, para o transporte coletivo (TC), ou uma redução das emissões na ordem dos 4 kt CO2/ano e, consequentemente, um contributo significativo para a melhoria do congestionamento e da qualidade do ar na cidade de Lisboa. Em conclusão, o transporte fluvial pode desempenhar um papel fundamental na travessia do Tejo, contribuindo para o desenvolvimento de todo o seu arco ribeirinho, em conjunto com outros modos de transporte público, contribuindo igualmente para a redução da poluição e do congestionamento.
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