Os fungos do lenho da videira: dispersão dos esporos na vinha e ação de diferentes substâncias ativas na sua germinação
2022
Lino, Ana Luísa Oliveira | Cortez, Isabel
A videira (Vitis vinifera L.) é hospedeira de um vasto número de patogénios que acabam por ser bastante prejudiciais ao seu desenvolvimento saudável e desta forma, afetam tanto a sua produtividade, como a qualidade das uvas produzidas levando a grandes prejuízos. Alguns destes patogénios, são fungos que se alojam no lenho da videira e que, ao longo de anos, acabam por conduzir à sua morte. Estes, são dos patogénios mais importantes da videira e designam-se por doenças do lenho da vinha (DLV). Esta designação, refere-se a um grupo de doenças bastante complexo pois, cada doença do lenho poder ser provocada por um conjunto de diferentes patogéneos, enquanto em outros casos, são os mesmos para cada uma destas doenças e por isso, torna difícil o delineamento de uma estratégia de controlo. Estes patogéneos entram na videira, sobretudo, pelas feridas da poda, podendo também ser transmitidos na realização desta prática. Neste trabalho pretendeu-se avaliar quais os períodos do ano em que os esporos das DLV existem na vinha e as quantidades presentes destes, em relação às condições meteorológicas. Para este efeito, foram colocadas lâminas junto a videiras com sintomatologia de DLV, tendo sido avaliadas mensalmente, de maio a dezembro de 2020. Simultaneamente avaliou-se a ação de várias substâncias ativas, pirimetanil, tebuconazol, difenoconazol, cresoxime-metilo e ainda peróxido de hidrogénio, na germinação de conídios de Phaeomoniella sp. no sentido de compreender a sua eficácia na aplicação das feridas da poda. Verificou-se que os esporos das DLV existiam de maio a dezembro, apesar de com intensidades variáveis para as diferentes doenças. Em maio e junho foi quando se observaram os esporos de Phomopsis vitícola. No caso da Doença de Petri e da escoriose europeia estes esporos existiam com intensidade de junho a dezembro, sendo que o pico ocorreu nos meses de setembro a dezembro. Foi avaliada a ação de diferentes substâncias ativas, de maneira a perceber quais as que melhor controlaram a germinação e o crescimento do micélio de Phaeomoniella sp.. Os resultados demonstraram que substâncias como o tebuconazol, difeconazol e peróxido de hidrogénio podem ser alternativas muito interessantes.
Show more [+] Less [-]The grapevine (Vitis vinifera L.) is host to a wide number of pathogens that stop its healthy development and so, undermine their productivity and grape quality, which can lead to substantial losses. Some of these pathogens are fungi that cause symptoms inside the trunk and, eventually, can lead to plant’s death. These fungi are one of the most relevant grapevine pathogens and are designated as the grapevine trunk diseases (GTD). Each grapevine disease can be caused by a different set of fungi species, while in other situations, each one of these individual pathogens can cause their own symptomatology. This specific characteristic can make the disease’s diagnose and consequently, its treatment hard to execute. The infection occurs, predominantly, through pruning wounds and so, the GTD fungi can be disseminated during this viticultural practice. This work aimed to better understand the time of the year in which the spores of GTD are present in the vineyard according to the meteorological conditions. For this, microscope slides with lanolin were placed near pruning wounds from May to December 2020, being replaced every month. Simultaneously, the effect of selected active substances like pyrimethanil, tebuconazole, difenoconazole, kresoxim-methyl and hydrogen peroxide was tested in one of the isolated fungi (Phaeomoniella sp.) and conidia germination was assessed. Therefore, this can contribute to a better understanding of these substances efficiency when applied directly to pruning wounds. GTD spores were found in the microscope slides from May to December, although the total number of spores of each disease was highly variable throughout the experimental period. Contrarily, Phomopsis viticola spores were only observed from May to June. Moreover, Petri disease and Botryosphaeria dieback (“Bot canker”) spores were observed from June to December, wherein September and December were the months with the highest prevalence of this fungus. The efficiency of the active substances was tested, in order to understand which could have better results inhibiting the mycelial growth of Phaeomoniella sp.. The results showed a higher inhibition rate against conidia germination and mycelial growth were tebuconazole, difenoconazole and hydrogen peroxide.
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