Bypass ureteral subcutâneo em gatos : estudo retrospetivo das indicações e complicações de 132 casos clínicos (2013-2023)
2024
Santos, Joana Maria Garcia dos | Luís, José Paulo Pacheco de Sales | Lopes, Luís Pedro (Tutor)
Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária, área científica de Clínica
Show more [+] Less [-]Bypass ureteral subcutâneo em gatos: um estudo retrospetivo das indicações, fatores de risco e complicações pós-cirúrgicas em 135 casos clínicos (2013-2023) - A obstrução ureteral (OU) é um problema comum e recorrente em gatos, constituindo um desafio terapêutico. A descompressão imediata é crucial para restaurar o fluxo de urina e melhorar a função renal. As diretrizes atuais recomendam a utilização de um dispositivo de bypass ureteral subcutâneo (SUB) como primeira opção de tratamento. Este estudo investiga os resultados e complicações perioperatórias e pós-operatórias em gatos submetidos à colocação de um dispositivo SUB, sem orientação imagiológica. O objetivo principal foi documentar a taxa de sobrevivência e identificar potenciais fatores de risco. Os dados foram recolhidos retrospetivamente dos registos clínicos de 135 gatos tratados no AniCura Restelo Hospital Veterinário, entre 2013 e 2023. A ureterolitíase foi a principal causa de obstrução (83%). Na admissão, 115 gatos (88%) estavam azotémicos. A concentração mediana de creatinina na admissão e na alta foi de 9,5 e 2,8 mg/dL, respetivamente. Um dispositivo SUB foi colocado com sucesso em todos os animais (n=131), com apenas 3,8% a ter complicações intraoperatórias. Não foram descritos óbitos durante a cirurgia. O tempo médio de hospitalização foi de 5 dias, com uma taxa de alta hospitalar de 89%. Quase 80% dos gatos desenvolveram complicações, que incluíram urocultura positiva (46/131, [35%]), anemia (51/131, [39%]), disúria (17/131, [13%]), hematúria (13/131, [9,9%]), desconectação dos cateteres (14/131, [11%]), granulomas na bexiga (7/131, [5,3%]) e no rim (5/131, [3,8%]), aderências intestinais (5/131, [3,8%]), vinco dos cateteres (4/131, [3,0%]) e fuga de urina (2/131, [1,5%]). A principal complicação pós operatória foi a oclusão do dispositivo (44%), documentada em média 340 dias após a cirurgia. Trinta e três dos 131 (25%) gatos necessitaram de cirurgia de revisão. Quando este estudo foi escrito, 14,5% dos gatos ainda estavam vivos e o tempo médio de sobrevivência foi de 1247 dias. Dos que morreram, 40% (30/75) morreu na sequência de doença renal. Os resultados sugerem que a colocação de um dispositivo SUB está associada a bons resultados comparativamente a outras técnicas, podendo ser uma opção viável para o tratamento de gatos com OU, indicando que a orientação fluoroscópica não é essencial
Show more [+] Less [-]ABSTRACT - Subcutaneous ureteral bypass in cats: a retrospective study of indications, risk factors and post-surgical complications in 135 clinical cases (2013-2023) - Ureteral obstruction (UO) is common and recurrent health problema in cats, posing a significant therapeutic challenge. Immediate decompression is crucial to restore urine flow and improve renal function. Current guidelines recommend the use of a subcutaneous ureteral bypass (SUB) device as the first treatment option. This study investigates the perioperative and postoperative outcomes and complications in cats undergoing SUB device placement without imaging guidance. The primary objective were to document survival rate and indentify potential risk factors. Data were retrospectively collected from the clinical records of 135 cats treated at AniCura Restelo Veterinary Hospital, between 2013 and 2023. Ureterolithiasis was the main cause of obstruction (83%). On admission, 115 cats (88%) were azotemic. The median creatinine concentration on admission was 9.5 mg/dL, and at discharge 2.8 mg/dL. A SUB device was successfully placed in all animals (n=131), with only 3.8% experiencing intraoperative complications. No deaths were reported during surgery. The average hospitalisation time was 5 days, with na 89% discharge rate. Almost 80% of the cats developed complications, which included positive uroculture (46/131, [35%]), anaemia (51/131, [39%]), dysuria (17/131, [13%]), catheter disconnection (14/131, [11%]), haematuria (13/131, [9.9%]), granulomas in the bladder (7/131, [5.3%]) and kidney (5/131, [3.8%]), intestinal adhesions (5/131, [3.8%]), catheter kinking (4/131, [3.0%]) and urine leakage (2/131, [1.5%]). The main postoperative complication was device occlusion (44%), documented on average 340 days after surgery. Thirty-three of the 131 (25%) cats required revision surgery. At the time of writing, 14.5% of the cats were still alive with and average survival time was 1247 days. Of those who died, 40% (30/75) died of suspected renal cause. The results suggest that the placement of a SUB device is associated with good outcomes and may be a viable option for the treatment of cats with OU, indicating that fluoroscopic guidance is not essential
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This bibliographic record has been provided by Technical University of Lisbon