Suplementação de bovinos de corte em pastejo com diferentes relações proteína: carboidrato da fase de amamentação ao abate | Supplementation of grazing beef cattle with different relations protein: carbohydrate from suckling phase until slaughter

Foram elaborados 5 artigos cientícos envolvendo a suplementação de bovinos de corte em pastejo com differentes relações proteína: carboidrato. O artigo 1 objetivou-se avaliar o efeito da suplementação de bezerros sobre ganho de peso, consumo, digestibilidade, produção de leite de sua mães e comportamento ingestivo do par vacabezerro. Foram usados 55 vacas com peso médio inicial de 449 ± 8 kg e suas respectivas crias com peso inicial médio de 138 + 3 kg. O período experimental foi de 112 dias. Os tratamentos foram: Controle = apenas mistura mineral; APAC = suplemento com alta proteína e alto carboidrato; APBC = suplemento com alta proteína e baixo carboidrato; BPAC = suplemento com baixa proteína e alto carboidrato; BPBC = suplemento com baixa proteína e baixo carboidrato. Cerca de 25 e 12,5% da exigência de proteína foram supridos nos suplementos com alta e baixa proteína, respectivamente, e cerca de 15 e 7,5% do requerimento de NDT foi suprido nos suplementos com alto e baixo carboidrato, respectivamente. A quantidade de suplemento múltiplo foi ajustada a cada 28 dias. O comportamento de pastejo, desempenho, produção e composição do leite, consumo e digestibilidade das vacas não foram influenciados (P>0,05) pela suplementação dos bezerros. Os animais suplementados tiveram melhor desempenho (P<0,05) (medida pelo peso corporal final, ganho médio diário (GMD), escore de condição corporal final), consumo e tempo ocioso, e menor tempo de pastejo (P<0,05), mas a suplementação não afetou (P>0,05) o tempo e a freqüência de amamentação. Pode-se concluir que a suplementação afeta o comportamento e o consumo de alimentos pelos bezerros. Entretanto, não afeta o tempo e freqüência de amamentação. No artigo 2 foram avaliados os efeitos da suplementação com diferentes relações de carboidrato e proteína sobre o desempenho de tourinhos dos 4 até 18. Foram usados os mesmos animais descritos no artigo 1. Os animais foram submetidos a um período experimental de 430 dias. Os tratamentos foram os mesmos descritos no artigo 1. Entretanto, após o desmame cerca de 50 e 25% da exigência de proteína foram supridos nos suplementos com alta e baixa proteína, respectivamente, e cerca de 30 e 15% do requerimento de NDT foi suprido nos suplementos com alto e baixo carboidrato, respectivamente. Os animais não suplementados apresentaram menor (P<0,05) GMD do que os animais suplementados. Os planos nutricionais com baixa oferta de carboidratos (APBC e BPBC) apresentaram maior eficiência de uso do suplemento. Pode-se concluir que a suplementação eleva o desempenho de tourinhos jovens. No entanto, os planos nutricionais que fornecem baixa quantidade de carboidratos apresentam maior eficiência de uso do suplemento. O artigo 3 avaliou o consumo e a digestibilidade de tourinhos jovens em pastejo suplementados com diferentes relações de carboidrato e proteína dos 4 aos 18 meses. A metodologia foi similar ao artigo 2. Em todos os grupos o consumo de MS foi maior (P<0,05) na transição seca-águas e águas. Os animais não suplementados tiveram menores (P<0,05) consumos de MS e de NDT em todas as fases, com excessão na época das águas. Apesar de não ter havido diferenças (P>0,05) entre os animais suplementados quanto ao consumo de MS, os suplementos com alto carboidrato (APAC e BPAC) tiveram menor consumo de pasto (P<0,05) nas fases de amamentação e águas. Entretanto, o grupo APAC apresentou o maior (P<0,05) consumo e degestibilidade da FDN. Pode-se concluir que o consumo de MS são maiores na época de crescimento das plantas. Entretanto, o efeito do tipo de suplementação sobre os parâmetros nutricionais de animais em pasto tropical sofrem interação da época do ano. Suplementos com alto nível de proteína elevam o consumo e utilização da dieta, sendo o efeito mais intenso quando associado com alto nível de carboidrato. O artigo 4 comparou o tempo de pastejo por observação visual e por método eletrônico e avaliou os efeitos do plano nutricional sobre o comportamento de pastejo e locomoção horizontal e vertical tourinhos em pastagem tropical. Foram usados 39 tourinhos Nelore com peso médio de 345 ± 9,3 kg. Os tratamentos foram os mesmos descritos no artigo 2, com adição de um grupo de animais com oferta de forragem restrita. Os animais foram equipados com colares GPS com sensores de actividades. Não foram encontradas diferenças (P>0,05) no tempo de pastejo obtidos por observação visual ou método sensor de atividade. O grupo Restrito teve maior tempo de pastejo (P<0,05) (9,58 horas/dia), mas não foram encontradas diferenças (P>0,05) no tempo de pastejo entre o Controle (8,35 horas/dia) e animais suplementados (8,03 horas/dia). O grupo Restrito apresentou menor (P<0,05) distância locomoção horizontal (2168 m/dia) em comparação com outros grupos (2580,6 m/dia). Pode-se concluir que a observação visual e método eletrônico apresentam resultados semelhantes. Além disso, a suplementação moderada não altera o comportamento de pastejo. O artigo 5 estimou as exigências nutricionais para mantença de energia e para ganho de peso de energia e proteína de bovinos de corte em pastagens tropicais. Foram usados 44 bezerros de corte com peso inicial médio de 138.3 ± 3.4 kg e idade inicial entre 90 e 150 dias. Os tratamentos foram os mesmos descritos no artigo 2. A exigência de energia líquida para ganho (ELg) foi obtida pela regressão linear do logaritmo da energia retida em função do logaritmo do ganho de peso de corpo vazio. As exigências de energia líquida para mantença (ELm) foram estimadas a partir da relação exponencial da produção de calor (PC, kcal/PCVZ0,75/dia) e o consumo de energia metabolizável. As exigências de proteína líquida para ganho (PLg) foram obtidas pela regressão linear múltipla da proteína retida no peso de corpo vazio (GPCVZ, g/dia) e da energia retida (ER, kg/dia). A eficiência de uso da energia metabolizável (EM) para mantença (km) foi 0.55, e para ganho (kg) foi 0.26. O requerimento de EM para mantença foi 124 kcal/kg PCVZ0.75, 11% maior que a exigência de bovinos de corte confinados no Brasil. A exigência de PLg reduziu com aumento do peso corporal. As exigências de energia líquida e proteína líquida para ganho podem ser obtidas pelas equações: ER (Mcal/kg) = 0,044× PCVZ0,75 × GPCVZ1,1302, PR (g/dia) = 31.45 + 229.69 × GPCVZ 8.75 × ER, respectivamente.

It was elaborated 5 articles relate with supplementation of grazing beef cattle with different relation protein: carbohydrate. The aim of article 1 was evaluate the effects of supplementation of beef calves on weight gain, intake and digestibility of pasture, milk production and composition of their dams and behavior of the pair cowcalf. Fifty-five beef cows (449 ± 8 kg) and their respective offspring, (138 ± 3kg and 90 -150 days) were used. Animals were submitted to an experimental period of 112-days. The experimental treatments consisted of: Control= mineral mixture only; HPHC= high protein and high carbohydrate supplement; HPLC = high protein and low carbohydrate supplement; LPHC = low protein and high carbohydrate supplement; LPLC = low protein and low carbohydrate supplement. About 25% and 12.5% of the protein requirements were supplied by the high and low protein supplements respectively, and 15% and 7.5% of total digestible nutrients (TDN) requirements by the high and low carbohydrate supplements respectively. Grazing behavior, performance, milk production, milk composition, intake and digestibility of the cows were not affected (P>0.05) by the supplementation of the calves. The supplemented calves had greater (P<0.05) performance (as measured by final body weight, average daily gain and final body condition score), intake and idle time, and lower (P<0.05) grazing time, but supplementation did not affect (P>0.05) suckling time and suckling frequency. It can be concluded in the article 1 that supplementation affects the behavior and feed intake of calves. However, it does not affect the suckling time and suckling frequency of calves. Additionally, performance, milk production, nutritional characteristics and behavior of their dams are not affected. In the article 2, the objective was evaluate the effects of supplementation with different relations of carbohydrate and protein on performance of young bull from 4 until 18 months were assessed. Fifty-five beef calves with average initial body weight of 138.3±3.4 kg and age between 90 and 150 days were used. Animals were submitted to a 430-days experimental period. The experimental treatments consisted of: Control= mineral mixture only; HPHC= high protein and high carbohydrate supplement; HPLC= high protein and low carbohydrate supplement; LPHC= low protein and high carbohydrate supplement; LPLC= low protein and low carbohydrate supplement. The amount of supplement was adjusted every 28 days. The non-supplemented animals presented lower (P<0.05) average daily gain (ADG) than supplemented animals. Non-supplemented animals presented lower (P<0.05) DM intake than supplemented animals in the dry season. However, in the rainy period, differences were not observed (P>0.05) in DM intake. Nutritionals plans with low supply of carbohydrate (HPLC and LPLC) presented greater supplement use efficiency. It can be concluded in the article 2 that supplementation increase performance of young bulls belong the productive cycle. However, nutritional plans that supply low amount of carbohydrate (until 15% of TDN requirement) have greater efficiency of supplement use. The article 3 aimed evaluate the intake and digestibility of young bulls supplemented with different ratios of protein: carbohydrates in tropical pastures from 4 until 18 months. The methodology was the same of the article 2. Dry matter (DM) intake was higher (P<0.05) in dry to rain transition and rain seasons for all nutritional plans. Non-supplemented calves had lower (P<0.05) intake of DM and total digestible nutrients (TDN) than supplemented calves in all seasons with exception in rain season. Although differences on DM intake was not observed (P>0.05) between supplemented animals, the supplements with high carbohydrate (HPHC and LPHC) had lower (P<0.05) forage intake (P<0.05) in the suckling phase (rain to dry transition season) and in the rain season. However, the HPHC plan had higher (P<0.05) intake and digestibility of neutral detergent fiber. It can be concluded in the article 3 that the effects of supplementation type on nutrition characteristics suffer interaction with season. Supplement with high protein level (supplying 50% CP requirement) increase intake and digestibility of diet, being more intense when associate with high carbohydrate level (supplying 30% TDN requirement). On other hand, supplement with low protein level (supplying 25% CP requirement) and high carbohydrate level decrease DM intake and fiber digestibility, occurring more intense in rainy season. The objective of the article 4 was to compare visual observation and an electronic grazing time method and to evaluate the effects of nutritional plans in intake, grazing behavior and horizontal and vertical locomotion of young bulls in a tropical pasture. Thirty-nine Nellore young bulls with an average body weight of 345 ± 9.3 kg were used. The experimental treatments consisted of: restricted: animals housed in a plot with a low mass of forage receiving mineral mixture only; and nutritional plans described in the article 2. GPS Collars equipped with activity sensors were used. Information about head position, latitude, longitude and altitude were recorded. Daytime grazing behavioral patterns monitored by a continuous focal animal recording method was compared to behavior estimated by the activity sensor. Feed intake was measured by a marker method. The Restricted group presented lower (P<0.05) intake of dry matter and TDN. However, differences were not found (P>0.05) between non-supplemented and supplemented animals. Differences were not found (P>0.05) in daytime grazing time obtained by visual observation or the activity sensor method. The restricted group showed longer (P<0.05) grazing times (9.58 hours/day), but differences were not found (P>0.05) in the grazing times between Control (8.35 hours/day) and supplemented animals (8.03 hours/day). The Restricted group presented lower (P<0.05) horizontal locomotion distance (2168 m/day) in comparison to other groups (2580.6 m/day). It can be concluded in article 4 that the use of activity sensor methods is recommended due to being able to record 24-hours. While supplements with high carbohydrates reduce pasture intake, they have not changed grazing behavior. Moderate supplementation (until 50% of protein requirement and 30% of energy requirement) of beef cattle on tropical pasture has not effect on daily locomotion. The aim of the article 5 was estimate protein and energy requirement of beef cattle on tropical pastures from 4 until 18 months. Forty-six beef calves (138.3±3.4 kg of BW and 90-150 days of age) housed in signal grass pasture were used. The treatments were the same of described in the article 4. The net energy requirement for weight gain (NEg) was obtained by linear regression of logarithm of retained energy in function of logarithm of empty body weight gain. The net energy requirement for maintenance (NEm) was estimated by exponential relation between heat production (kcal/EBW0.75/day) and metabolizable energy intake. The net protein requirement for weight gain (RP) was estimated by multiple linear regression of retained protein in the weight gain of empty body and retained energy. The efficiency of metabolizable energy (ME) for maintenance (km) was 0.55 and for weight gain was 0.26. The ME requirement for maintenance was 124 kcal/EBW0.75/day, 11% higher than the requirement for feedlot cattle in Brazil. The RP decreased with increase of body weight. The NEg and RP may be obtained by equations: RE (Mcal/kg) = 0.044 x EBW0.75 x EBWG1.1302, RP (g/day) = -31.45 + 229.69 x EBWG 8.75 x RE, respectively.

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