Avaliação da desparasitação seletiva direcionada em equídeos por diferentes métodos coprológicos
2024
Carvalho, Ana Rita Mestre dos Santos | Carvalho, Luís Manuel Madeira de
Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária, área científica de Sanidade Animal
Show more [+] Less [-]As recomendações quanto ao controlo parasitológico, atualmente assentam na importância da vigilância, deixando para trás abordagens tradicionais de desparasitações periódicas, em que não se procurava conhecer a carga parasitária existente. Face ao aumento das resistências e à dificuldade em criar fórmulas de desparasitantes, tornou-se imperativo a adoção de estratégias com rigor científico. Assim, a implementação de um programa de controlo parasitológico seletivo pode ser viável e altamente aconselhável. Neste trabalho, será apresentada uma revisão bibliográfica que incide nas parasitoses em equídeos, e que serve de suporte teórico ao estudo realizado, enfocando a desparasitação seletiva, através da comparação de dois métodos diferentes de Contagem de Ovos Fecais (COF) (McMaster e Mini-FLOTAC), bem como, da realização de coproculturas com a respetiva identificação parasitológica. Este estudo foi constituído por 19 equinos, 3 grupos de bovinos e 1 grupo de ovinos, pertencentes a uma exploração da região de Évora. As amostras de fezes foram colhidas e analisadas individualmente no caso dos 19 equídeos e em grupo no caso dos ruminantes. Ao longo das 6 colheitas, verificou-se uma média de infeção de 177,5 ovos por grama de fezes (OPGs) por McMaster e 133,7 OPGs por Mini-FLOTAC nos equinos. Foram desparasitados apenas os equinos com um limiar superior a 500 OPGs, com ivermectina e praziquantel (Eqvalan Duoâ). Apenas nestes indivíduos foram feitas coproculturas, que antes da desparasitação, foram positivos para ovos do tipo estrongilídeo (100% prevalência), com dominância dos ciatostomíneos. Os equinos por norma são resistentes a parasitas de outras espécies, mas existem exceções, como o Trichostrongylus axei, um parasita de ruminantes. No entanto, como nas coproculturas não foram encontrados Trichostrongylus axei, não foi possível comprovar a intertransmissibilidade de parasitas entre equídeos e ruminantes nesta exploração. Justificou-se a utilização do anti-helmíntico pois o Teste de Redução de Contagem de Ovos Fecais (TRCOF) foi > 97,3% e verificou-se um período de reaparecimento de ovos (PRO) superior a 1,5 mês. Foi possível concluir que o método Mini-FLOTAC apresenta maior eficácia e sensibilidade. Por ter um limiar de deteção inferior, permite detetar menos falsos negativos. De forma a atuarmos corretamente é imperativo implementarmos um programa de desparasitação seletiva, cumprindo o objetivo final da utilização correta e eficaz de fármacos anti-helmínticos, mas também com poupança de meios financeiros, atendendo ao menor número de desparasitações efetuadas
Show more [+] Less [-]ABSTRACT - EVALUATION OF TARGETED SELECTIVE DEWORMING IN EQUIDES BY DIFFERENT COPROLOGICAL METHODS - The recommendations regarding parasitological control are currently based on the importance of surveillance, leaving behind traditional approaches of periodic deworming, in which no attempt was made to ascertain the existing parasitic load. Given the increase in resistance and the difficulty in creating deworming formulas, it has become imperative to adopt strategies with scientific rigor. Therefore, the implementation of a selective parasitological control program is viable and highly advisable. In this research, a bibliographical review will be presented focusing on horse parasites, being a theoretical support for the carried out study on targeted selective treatment (TST), and comparing two different methods of counting FEC (McMaster and Mini FLOTAC), as well as coproculture with respective parasitological identification. The sample consisted of 19 horses, 3 groups of cattle and 1 group of sheep, belonging to a farm in the Évora region. Fecal samples were collected and analyzed individually in the case of the 19 horses and by group in the case of ruminants. Throughout the 6 horse faecal sample collections, it occurred an average infection rate of 177.5 eggs per gram of feces (EPGs) by McMaster and 133.7 EPGs by Mini-FLOTAC. Only equines with a threshold higher than 500 EPGs were dewormed, with ivermectin and praziquantel (Eqvalan Duoâ). Only these were submitted to coprocultures and before deworming, all samples showed positive for strongyle eggs (100% prevalence), with cyathostomins predominating. Equines usually are resistant to other species parasites, but there are some exceptions like Trichostrongylus axei, a ruminant parasite. As Trichostrongylus axei was not found, therefore it was not possible to prove the intertransmissibility of parasites between horses and ruminants. The use of the anthelmintic was justified since the Faecal Egg Counte Reduction Test (FECRT) was > 97.3% and an Egg Reappearance Period (ERP) of more than 1.5 months was observed. It was possible to conclude that the Mini-FLOTAC method has greater efficacy and sensitivity. By having a lower detection threshold, it allows fewer false negatives to be detected. In order to allow taking adequate actions, it is imperative the we implementation of a selective deworming program, fulfilling the ultimate objective of the correct and effective use of anthelmintic drugs, and saving money, due to the smaller number of performed dewormings
Show more [+] Less [-]AGROVOC Keywords
Bibliographic information
This bibliographic record has been provided by Technical University of Lisbon