Práticas de manejo e conservação do solo e da água para agroecossistemas da bacia leiteira caprina integrada da Paraíba e Pernambuco.

Os sistemas de produção de caprinos leiteiros dos estados da Paraíba e de Pernambuco, nas últimas três décadas, passaram por modificações importantes com tendência à intensificação e aumento de produtividade. Neste sentido, ações voltadas a promover ambientes de interação que possibilitem a adoção de práticas inovadoras de manejo e conservação do solo e da água, pelos NSGAs, com impactos na segurança alimentar (homem e animal), redução do custo de produção, aumento da produtividade, estabilidade da oferta de produtos e melhoria da qualidade do leite, entre outras, são necessárias e fundamentais para a gestão sustentável de agroecossistemas da bacia leiteira caprina integrada da Paraíba e Pernambuco. E para se alcançar uma gestão sustentável nos agroecossistemas da referida bacia leiteira caprina, é básico que se busque a eficiência de ações de uso, manejo e conservação do solo de forma sistêmica, visando a sustentabilidade socioecológica das atividades agrícolas. No presente estudo, práticas de manejo e conservação do solo e da água para melhor adequação ambiental na gestão sustentável de sistema agrícola familiar, foram codesenvolvidas, visando proporcionar a resiliência socioecológica e econômica às adversidades do clima Semiárido. A pesquisa foi realizada em seis microrregiões que compõem a bacia leiteira integrada caprina do país: Cariri Ocidental e Cariri Oriental, no estado da Paraíba; Pajeú, Sertão do Moxotó, Agreste Ocidental/Vale do Ipanema e Agreste Meridional/Vale do Ipojuca, em Pernambuco. Para realização das recomendações, os resultados do diagnóstico foram vivenciados por meio de caminhadas transversais, reflexões nos desafios e perspectivas de cada NSGS, bem como no conhecimento dos saberes tradicionais locais, científicos, de gestão e no redesenho do agroecossistema após o diagnóstico. Para esta fase da pesquisa, foram utilizadas ferramentas do Diagnóstico Rural Participativo (DRP) e metodologias de avaliação de impacto. Os resultados apontam que o estudo sistêmico das práticas agroecológicas de manejo e conservação do solo e da água estabeleceu espaços de simulações que constituíram verdadeiros laboratórios de inovação social, com diálogos abertos e horizontais entre as famílias agricultoras, técnicos de ATER e Desenvolvimento Rural Sustentável locais (ADRSL), a partir de uma leitura integradora, para a construção coletiva de saberes sobre a complexidade do manejo do solo e da água.