A educação integral em sexualidade para a prevenção da Sífilis: um olhar dos e das docentes da Rede Municipal de Ensino do Município de Natal (RN )/Brasil

Dados recentes levantados pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE, 2010) apontam para um início da vida sexual cada vez mais cedo, ocorrendo por volta dos 13 anos, para meninos e meninas. Essa precocidade tem repercussão direta na vida do adolescente, em idade escolar, e na comunidade em que ele está inserido. Por outro lado, o professor e a professora são as pessoas, muitas vezes mais próximas e com algum subsídio para auxiliar o adolescente a encarar as suas transformações e responsabilidades. Todo esse quadro se desenvolve diante de um cenário epidêmico de sífilis, no Brasil, decretado oficialmente pelo Ministério da Saúde, em 2016, enfatizando a urgência de ações efetivas destinadas para a área de enfrentamento a IST. Com isso, o presente trabalho propõe a compreender o olhar dos e das docentes da rede municipal de ensino do Natal (RN), atuantes no ensino fundamental, no tocante aos aspectos de enfrentamento à sífilis, tendo como ponto de partida os comportamentos sexuais de seus e suas estudantes. O levantamento foi realizado por meio de pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, com a promoção de três grupos focais, formados por professores e professoras atuantes no ensino fundamental, anos finais, da rede municipal de ensino de Natal (RN). Ao conhecer a atuação do e da professor/a, suas características, dificuldades e angústias envolvidos em todo o processo de ensino e aprendizagem, é possível propor uma alternativa de planejamento, organização e metodologia a ser aplicada nas escolas, ressaltando a importância da educação em saúde como respaldo para a educação em sexualidade. A construção desse processo de ensino e aprendizagem baseia-se nos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável 3, 4 e 5 que tratam de saúde, educação e igualdade de gênero e da proposta de Educação Integral em Sexualidade.

Recent data collected by the Brazilian Institute of Research and Statistics (IBGE, 2010) point to an increasingly earlier onset of sexual life, occurring around the age of 13 for boys and girls. This precocity has direct repercussions on the adolescent’s life, at school age, and on the community in which he or she is inserted. On the other hand, the teacher is often the closest person with some support to help the teenager face his or her transformations and responsibilities. All this picture develops in the face of an epidemic scenario of syphilis in Brazil, officially decreed by the Ministry of Health in 2016, emphasizing the urgency of practical actions to confront STIs. Thus, the present work proposes to understand the view of teachers of the municipal education network of Natal (RN), working in elementary school, regarding the aspects of facing syphilis, taking as a starting point the sexual behaviors of their students. The survey was conducted through qualitative research, of exploratory nature, with the promotion of three focus groups, formed by male and female teachers working in elementary school, final years, in the municipal teaching network of Natal (RN). By knowing the performance of the teacher, his/her characteristics, difficulties, and anguishes involved in the entire process of teaching and learning, it is possible to propose an alternative planning, organization, and methodology to be applied in schools, emphasizing the importance of health education as a support for sexuality education. The construction of this teaching and learning process is based on Sustainable Development Goals 3, 4, and 5, which deal with health, education, and gender equality, and the proposal for Comprehensive Sexuality Education.