Efeito das enzimas B-mananase e muramidase na digestibilidade das dietas e desempenho de frangos de corte

Orientadora: Prof.ª. Drª. Simone Gisele de Oliveira

Coorientador: Prof. Dr. Alex Maiorka

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias. Defesa : Curitiba, 19/11/2024

Inclui referências

Área de concentração: Ciências Veterinárias

Resumo: A funcionalidade intestinal de frangos de corte, essencial para sua saúde e desempenho, é amplamente modulada pela interação entre a microbiota e o trato gas trointestinal. Fatores dietéticos, como polissacarídeos não amiláceos (PNAs) e pepti doglicanos (PGNs), podem desestabilizar esse equilíbrio, dificultando a digestão e de sencadeando respostas inflamatórias. Os PNAs, presentes nas paredes celulares dos ingredientes, aumentam a viscosidade intestinal, prejudicando a absorção de nutrien tes, enquanto os PGNs, provenientes de bactérias inativas, exacerbam a resposta inflamatória ao induzir a liberação de citocinas pró inflamatórias. Enzimas como ß mananase e muramidase foram estudadas quanto ao potencial de mitigar esses efei tos. Neste estudo, 900 frangos Ross 308 foram divididos em quatro grupos: controle, ß-mananase, muramidase e a combinação de ambas (todas com 100 kcal a menos em relação a dieta controle), com o objetivo de avaliar os efeitos dessas enzimas no desempenho, digestibilidade e qualidade da cama. O grupo com muramidase apre sentou melhor conversão alimentar, maior digestibilidade da matéria orgânica e ener gia, além de menor gordura corporal. A dieta com enzimas manteve o desempenho produtivo e os rendimentos de carcaça e cortes em níveis próximos ao controle, indi cando potencial na otimização da performance produtiva dos frangos de corte. Quando isoladas ainda promoveram a redução do pH, sugerindo um ambiente com menor risco de proliferação de patógenos

Abstract: The intestinal functionality of broilers, which is essential for their health and performance, is largely modulated by the interaction between the microbiota and the gastrointestinal tract. Dietary factors such as non-starch polysaccharides (NSPs) and peptidoglycans (PGNs) can destabilize this balance, hindering digestion and triggering inflammatory responses. PNAs, present in the cell walls of ingredients, increase intestinal viscosity, impairing nutrient absorption, while PGNs, originating from inactive bacteria, exacerbate the inflammatory response by inducing the release of pro inflammatory cytokines. Enzymes such as ß-mannanase and muramidase have been studied for their potential to mitigate these effects. In this study, 900 Ross 308 chickens were divided into four groups: control, ß-mannanase, muramidase and a combination of both (all with 100 kcal less than the control diet), with the aim of evaluating the effects of these enzymes on performance, digestibility and litter quality. The muramidase group showed better feed conversion, higher digestibility of organic matter and energy, as well as lower body fat. The diet with enzymes maintained production performance and carcass and cut yields at levels close to the control, indicating potential for optimizing broiler production performance. When isolated, they also promoted a reduction in pH, suggesting an environment with a lower risk of pathogen proliferation