Urban schooling and symbolic ruptures and resignifications in the peasant family structure | A escolarização urbana e as rupturas e ressignificações simbólicas na estrutura familiar camponesa

English. This article is the result of a research developed in the Salvador Allende settlement, in the municipality of Porangatu-GO, Brazil. during the years 2019 and 2020, which analysed the effects of urban schooling processes for adolescents and young people living in rural áreas. The objective is to reflect on how the urban schooling of these social actors, who graduated from schools, made ruptures cultural effects in the production of meanings as a result of the urban experience. This rupture, in turn, produced an emptying of adolescents and young people from rural spaces, interfering in the living systems of the peasantry, replacing it with an urban rationality, directly impacting the family social reproduction of these settlers. As heirs who refuse to inherit the land, the adolescents and young people who have egresses do not want to live in the countryside, expanding the historical exodus from the countryside, impacting from peasant production systems to social movements of rural struggles. This generational symbolic disjunction has urban schooling as its locus of production. The research methodology followed two paths: literature review and application of questionnaires with young people from urban schools that serve the rural population.

Portuguese. O presente artigo é fruto de uma pesquisa desenvolvida no Projeto de Assentamento (PA) Salvador Allende, localizado no município de Porangatu-GO, Norte do estado, durante os anos de 2019 e 2020, que analisou os reflexos dos processos urbanos de escolarização de adolescentes e jovens residentes nos espaços rurais. Tendo como objetivo refletir como a escolarização urbana desses atores sociais, egressos das escolas, realizaram rupturas culturais nas produções de sentidos, em decorrência da vivência urbana. Tal ruptura, por sua vez, produziu um esvaziamento de adolescentes e jovens dos espaços rurais, interferindo nos sistemas de vivências do campesinato, substituindo-a por uma racionalidade urbana, impactando diretamente na reprodução social familiar destes assentados. Como herdeiros que se negam a herdar a terra, os adolescentes e jovens egressos, em sua grande maioria, não desejam viver no campo, ampliando o histórico êxodo do campo, impactando desde os sistemas de produção camponeses aos movimentos sociais de lutas do campo. Essa disjunção simbólica geracional tem na escolarização urbana, o seu locus de produção. A metodologia de pesquisa percorreu dois caminhos: revisão de literatura e aplicação de questionários com jovens egressos das escolas urbanas, que atende à população rural.