Os reguladores vegetais vêm sendo utilizados em diferentes cultivos como técnica de manejo que visa reduzir o porte da planta e proporcionar alterações fisiológicas que promovam incrementos na produtividade. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos do regulador vegetal paclobutrazol no crescimento e desempenho produtivo da soja cultivada sob diferentes densidades de semeadura. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, em esquema fatorial (2 × 4 × 4), com quatro repetições, sendo duas populações de plantas (250 e 450 mil plantas ha-1), quatro doses do regulador vegetal paclobutrazol (0; 12,5; 25,0 e 37,5 g de i.a. ha-1) e quatro estádios de aplicação (V3, V6, R1 e V3+R1). As médias para os efeitos dos estádios das aplicações e as populações de plantas foram submetidas a teste de Scott Knott a 5% de probabilidade e das doses do regulador à análise de regressão. A população de 450.000 pl ha-1 resultou em maior altura das plantas, maior acamamento e menor produtividade de grãos de soja. O uso de paclobutrazol no estádio V3 da cultura da soja não reduziu a altura das plantas nem a produtividade de grãos, porém reduziu a porcentagem de acamamento, sendo que nos estádios de pleno desenvolvimento da cultura (V6) ou no início do período reprodutivo (R1) reduziu a altura e o acamamento, bem como, à produtividade de grãos da cultura. Os aumentos nas doses do regulador paclobutrazol resultaram na redução da altura das plantas, do acamamento e da produtividade de grãos da soja.

Objetivou-se avaliar o efeito da água de rejeito da dessalinização na qualidade e conservação pós-colheita de alface, cultivares Verônica e Quatro Estações, produzida em sistema hidropônico com fibra de coco. O ensaio foi desenvolvido em um ambiente protegido do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, localizado em Mossoró-RN, instalado em delineamento experimental de blocos ao acaso, em esquema fatorial 2 x 2 x 5, com três repetições, sendo os tratamentos constituídos por duas cultivares de alface (Verônica e Quatro Estações), dois tempos de avaliação (na ocasião da colheita e após três dias de conservação) e cinco níveis de salinidade da solução nutritiva obtidos com ou sem a necessidade de diluição do rejeito da dessalinização de água salobra (1,1; 2,4; 3,6; 4,7 e 5,7 dS m-1). A cultivar Quatro Estações destacou por apresentar menor perda de massa fresca ao longo do período de conservação, maior conteúdo médio de clorofila total e maior valor de pH. O conteúdo de vitamina C e o teor de sólidos solúveis foram influenciados pelo reuso de rejeito da dessalinização em solução nutritiva, apresentando maior teor, no maior nível salino estudado. As alfaces cultivadas em fibra de coco irrigada com reuso do rejeito da dessalinização na solução nutritiva apresentaram, em geral, boa aparência tanto na colheita como após três dias de conservação refrigerada.

Este trabalho objetivou avaliar o efeito repelente e deterrente da aplicação de concentrações de óleos de nim e cinamomo em folhas de feijoeiro nas vaquinhas Diabrotica speciosa (Germar) e Cerotoma arcuata (Olivier). As concentrações de óleo de nim testadas foram 0,625; 1,25; 2,50; 5,00; 10,00 e 20,00 mL, que correspondem, respectivamente, a 1, 2, 4, 8, 17 e 33 ppm de azadiractina A, e as concentrações de óleo de cinamomo empregadas foram as mesmas utilizadas para óleo de nim, correspondendo, entretanto, a 1,875; 3,75; 7,50; 15,00; 30,00; e 60,00 mg de extrato de cinamomo mL-1, respectivamente. Para os testes com chance de escolha, foram utilizados recipientes de vidro como arenas e para os testes sem chance de escolha foram utilizadas placas de Petri, onde em ambos foi liberado um inseto adulto por tratamento, avaliando-se a atratividade em períodos de tempo pré-determinados, além do consumo foliar, ao término do experimento. O óleo de nim é repelente a D. specisa e C. arcuata, com resultados mais eficientes com as concentrações de 5,00; 10,00 e 20,00 mL. Todas as concentrações do óleo de nim reduzem o consumo foliar de ambos os insetos, exceto em teste sem chance de escolha com D. speciosa, com apenas as doses de 10,00 e 20,00 mL sendo deterrentes. O óleo de cinamomo exerce alta ação repelente para ambas as vaquinhas, destacando-se as concentrações de 10,00 e 20,00 mL. As concentrações de 10,00 e 20,00 mL do óleo de cinamomo são deterrentes a D. speciosa e C. arcuata.

Os efeitos indesejáveis dos agrotóxicos têm despertado o interesse da sociedade em utilizar táticas alternativas de controle de pragas, como as plantas com ação inseticida, que podem ser usadas como pós, extratos aquosos e orgânicos, óleos emulsionáveis e essenciais. Neste sentido, avaliou-se a toxicidade, o crescimento populacional e a repelência de extratos aquosos de plantas sobre o ácaro verde da mandioca, Mononychellus tanajoa. Utilizaram-se extratos aquosos de Croton blanchetianus, Myracrodruon urundeuva e Ziziphus joazeiro, nos quais foram imersos discos de folhas de mandioca (3,5 cm de diâmetro). Os extratos em todas as concentrações (1, 5, 10, 15, 20 e 25%) proporcionaram um declínio populacional da praga. As concentrações de 20 e 25% dos extratos proporcionaram os maiores porcentuais de mortalidade. Todos os extratos nas concentrações de 15; 20 e 25% foram repelentes para fêmeas adultas de M. tanajoa.

A cultura do gengibre foi implantada no Espírito Santo em escala comercial há pouco mais de 10 anos como uma alternativa de renda para os produtores de base familiar, apresentado elevado potencial produtivo, no entanto necessita de estudos para seu melhor aproveitamento em função da grande variabilidade das condições edafoclimáticas do Estado. O objetivo deste estudo foi avaliar a produtividade de rizomas frescos, o acúmulo de massa seca de folhas e rizomas e a extração e acúmulo de N, P e K da cultura do gengibre em função da aplicação de doses crescentes de P, em um Argissolo Amarelo Distrófico. O experimento foi conduzido em uma propriedade rural do município de Santa Maria de Jetiba (ES) entre os meses de agosto de 2006 e junho de 2007. Foi adotado modelo experimental de blocos ao acaso, com quatro tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos pelo controle (sem adubação com P), e as doses de 60, 120 e 240 kg ha-1 de P2O5 aplicadas no plantio. As plantas apresentaram crescimento contínuo até os 180 dias após o plantio (DAP) e a fase do ciclo da planta onde houve maior absorção de N, P e K foi na floração aos 240 DAP. Analisando os teores de N, P e K no rizoma e na folha, ao longo do ciclo de cultivo, observou-se que, em geral, a maior parte do acúmulo ocorreu no rizoma. O rendimento da produção de rizomas mostrou incremento positivo e significativo com a aplicação de P na dose de 240 kg ha-1 de P2O5, alcançando nesta dose a produtividade de 22,7 Mg de rizoma fresco por hectare.

O uso de porta-enxertos compatível além de proteger a planta sensível do risco de patógenos do solo, pode aumentar o rendimento e melhorar a qualidade dos frutos. Objetivou-se com esse trabalho avaliar a compatibilidade, rendimento e qualidade do fruto em cultivares de melancia sem sementes enxertadas. O delineamento foi em blocos casualizados, em fatorial 2x3 (duas cultivares de melancia: Shadow e RWT8154; três tipos de sistema radicular: sem porta-enxerto, enxertada nos acessos BGCIA229 e BGCIA941, selecionados por sua resistência/tolerância a nematoides e/ou Fusarium spp), em quatro blocos e seis plantas/parcela. O método de enxertia foi de aproximação. O diâmetro do hipocótilo das plântulas de ‘Shadow’ foi semelhante ao BGCIA229 e o de 'RWT8154’ ao BGCIA941.Verificou-se maior compatibilidade nas combinações de ‘RWT8154’ com BGCIA941 e BGCIA229. Também com a enxertia foram observados: maior índice de sobrevivência em ‘Shadow’/BGCIA229; maior desenvolvimento vegetativo de ‘Shadow’ e menor, em ‘RWT8154’; atraso na floração feminina de ‘RWT8154’; aumento na massa fresca da planta; redução no rendimento em ‘Shadow’ e aumento em ‘RWT8154’; aumento da massa de fruto em ‘Shadow’/BGCIA229 e ‘RWT8154’/BGCIA941; incremento na espessura da casca de ‘RWT8154’; maior firmeza da polpa; incremento no brilho e intensidade da cor da polpa de ‘Shadow’. A acidez titulável das cultivares aumentou e a relação SS/AT reduziu nas combinações testadas. Portanto, existe especificidade entre as cultivares e porta-enxertos. A combinação ‘RWT 8154’ enxertada no porta-enxerto BGCIA 941 proporcionou maior rendimento e qualidade de frutos.

O Ceará possui diversas espécies de fruteiras nativas que são consumidas in natura ou processadas pela população local, com potencial econômico para processamento agroindustrial, entretanto, ainda pouco pesquisadas. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi estudar a variabilidade genética de genótipos de puçá ‘Coroa de Frade’ nativo da vegetação litorânea do município de Beberibe, Ceará, Brasil, por meio de características físico-químicas e químicas de seus frutos. Foram avaliados 15 genótipos. As características analisadas foram: sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT), pH, relação SS/AT, açúcares totais, açúcares redutores, amido, pectina total e solúvel. Os genótipos apresentaram altos valores de sólidos solúveis (20,40 a 31,00 °Brix) e baixos valores médios de acidez titulável (0,27 a 0,58 % de ácido cítrico), e relação SS/AT que variou de 37,5 a 102,43, com destaque para o genótipo ‘8’, o qual apresentou relação SS/AT de 95,05. Os genótipos de puçá apresentaram frutos com elevado teor de amido (>1 %). Os valores de pectina total (0,35 a 0,98 %) e pectina solúvel (0,13 a 0,74 %) reforçam a utilização dos frutos do puçazeiro na indústria, com baixo custo na fabricação de geleias e doces em massa. A análise de repetibilidade demonstrou que a maior parte da variação observada entre os genótipos está associada ao componente genético. Pelos resultados, pode-se concluir que os genótipos de puçá ‘Coroa de Frade’ estudados apresentaram ampla variabilidade genética e possuem frutos indicados tanto para o consumo in natura quanto para industrialização.

Em áreas agrícolas no Bioma Cerrado, onde não há possibilidade de se realizar dois cultivos ao ano, as áreas cultivadas anteriormente com soja ou milho, permanecem em pousio até o próximo ano agrícola, onde a incidência de plantas daninhas é alta. Objetivou-se avaliar o potencial de supressão de plantas daninhas por plantas de cobertura, quando semeadas na entressafra de culturas anuais. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com oito tratamentos (Urochloa ruziziensis, Pennisetum glaucum, Crotalariajuncea, Crotalaria spectabilis, Styzolobium aterrimum, Canavalia ensiformes, Cajanus cajan e Stylosanthes macrocephala+ Stylosanthes capitata) em quatro repetições. As avaliações foram realizadas aos 45, 90, 135 e 180 dias após a semeadura (DAS), com determinação de massa seca, densidade de plantas e cobertura vegetal sobre o solo proporcionada por plantas de cobertura e plantas daninhas. A dinâmica populacional foi avaliada por meio de parâmetros fitossociológicos. Conclui-se que a comunidade infestante apresenta variações durante o ciclo de desenvolvimento das plantas de cobertura e que a maior produção de fitomassa, cobertura vegetal do solo e supressão de plantas daninhas foi obtida com a U.ruziziensis.

Os níveis críticos de P em plantas são dependentes de características do solo que refletem o poder tampão de fosfato. Em Pernambuco, as características mineralógicas dos solos são variáveis nas diferentes regiões em que se cultiva milho. Assim, com o objetivo de avaliar os níveis críticos de P na parte aérea de plantas de milho cultivado em diferentes solos e em diferentes tempos de contato desse elemento com os solos, visando estudar as relações entre esses níveis críticos e a adsorção de P, realizou-se um experimento utilizando-se amostras subsuperficiais de um Vertissolo Ebânico Órtico (VEo), textura argilosa com predomínio de argilominerais 2:1 e de um Nitossolo Vermelho Distroférrico (NVdf), textura muito argilosa, predominantemente hematítico, coletados no Sertão e na Zona da Mata do Estado de Pernambuco, respectivamente. As doses de P corresponderam aos níveis 0; 0,2; 0,4; 0,8; e 1,0 da capacidade máxima de adsorção de P (CMAP) de cada solo e foram aplicadas e incubadas por 90; 60; 30; 15; e 0,5 dias. O experimento foi realizado em casa de vegetação em esquema fatorial (5x5x2), sendo cinco níveis de P, cinco tempos de incubação e dois solos, em delineamento de blocos casualizados com três repetições. As plantas de milho foram mais eficientes na utilização de P no NVdf de maior CMAP. Os níveis críticos da parte aérea apresentaram-se decrescentes com o aumento do tempo de incubação no VEo de menor CMAP.

O objetivo deste trabalho foi analisar as características físicas dos frutos do cacau e a produção do cacau clonal CCN-51 submetido a lâminas de irrigação e doses de nitrogênio aplicadas via fertirrigação no semiárido baiano em um experimento realizado em campo na propriedade Vale do Sol em Jequié, BA. O delineamento estatístico experimental foi em blocos casualizados em um fatorial 4x4 sendo os tratamentos constituídos pelas lâminas de irrigação (L1= 1146,35 mm; L2= 1335,66 mm; L3= 1525,58 mm; L4= 1717,58 mm) e as doses de nitrogênio (N1= 249,3 kg ha-1; N2= 307,2 kg ha-1; N3= 365,0 kg ha-1; N4= 422,9 kg ha-1), em quatro repetições. As doses de nitrogênio e a interação entre elas com as lâminas de irrigação influenciaram positivamente no número de sementes por fruto, no número de frutos por planta e no peso das amêndoas por fruto; as lâminas de irrigação influenciaram no número de frutos por planta do cacau clonal CCN-51. As lâminas de irrigação, doses de nitrogênio e a interação entre estes influenciaram positivamente na produção de amêndoas secas do cacau clonal CCN-51. O tratamento L3N3 foi o que promoveu a maior produtividade no campo de amêndoas de cacau para comercialização com 1025,69 kg ha-1.