A justiça ecológica em processos de reconfiguração do rural: estudo de casos de neorrurais no estado de São Paulo
Morgane Retière | Paulo Eduardo Moruzzi Marques
portugais. Resumo Este artigo aborda a renovação das relações entre o urbano e o rural a partir de referências a uma justiça ecológica. Nossa análise, fundada sobre a teoria das justificações, considera as ações coletivas, os conflitos e as inovações em torno de três casos de retorno à terra: o bairro rural Demétria, a Cooperativa de Agricultores Familiares Agroecológicos (Cooperacra) e o assentamento Milton Santos, todos no estado de São Paulo. O desejo de residir em meio rural ou de desenvolver uma atividade agrícola orgânica favorece um novo olhar sobre a ruralidade e sobre o papel da agricultura, associado ao debate sobre o desenvolvimento sustentável. A teoria das justificações nos leva a identificar os princípios de justiça mobilizados por nossos interlocutores com vistas a legitimar suas ações. Como hipótese, admitimos a emergência de uma ordem ecológica de justiça, com contornos por vezes pouco definidos e, assim, permeável a outros conjuntos de pontos normativos para edificar um mundo justo. Nesta ótica, torna-se pertinente situar os argumentos de nossos interlocutores em relação a estas diferentes ordens de justiça, o que permite distinguir o caso do bairro Demétria daqueles da Cooperacra e do assentamento Milton Santos.
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