Características produtivas da melancia-forrageira submetida a restrição hídrica e qualidade dos frutos em diferentes idades de colheita e tempo de armazenamento

portugais. A melancia-forrageira (Citrullus lanatus var. citroides), é um recurso forrageiro em potencial para regiões áridas e semiáridas, porém possui poucas informações sobre o manejo adequado da planta, o manejo de armazenamento dos frutos assim como seu potencial produtivo frente a estresses abióticos, como a restrição hídrica. O objetivo do presente estudo foi avaliar as características químico-bromatológicas de frutos da melancia-forrageira em diferentes idades de colheita, tempos de armazenamento após a colheita e características fisiológicas da planta submetida a restrição hídrica pela aplicação de diferentes lâminas de irrigação. Este estudo foi composto por três ensaios experimentais. No primeiro ensaio foram avaliadas quatro idades de colheita, sendo 75, 90, 105 e 120 dias após o plantio, equivalentes a 30, 45, 60 e 75 dias após a antese. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com quatro repetições, em que cada repetição foi composta por cinco frutos. No segundo ensaio os frutos colhidos foram mantidos em três períodos de armazenamento após a colheita, em que os tratamentos avaliados foram: Tratamento 1 dia da colheita, Tratamento 3 meses após a colheita e Tratamento 6 meses após a colheita. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com 8 repetições em que cada repetição teve três frutos. No terceiro ensaio avaliaram-se as respostas produtivas em diferentes lâminas de água que variaram em 100%ETc (evapotranspiração da cultura), 75%ETc, 50%ETc e 25%ETc, durante dois ciclos. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com 4 tratamentos e 12 plantas totalizando 48 plantas. A idade de colheita dos frutos afetou a composição químico-bromatológica promovendo efeito quadrático nos teores de matéria seca e na fibra em detergente ácido (MS – 7,50; 6,70; 7,0; 7,70 e FDA – 18,95; 23,43; 22,08; 21,84). A firmeza não foi influenciada pela idade de colheita dos frutos, mas os sólidos solúveis totais foram influenciados pelo tempo de armazenamento. A composição químico-bromatológica do fruto também foi afetada pelo tempo de armazenamento, com aumento dos teores de matéria mineral, proteína bruta e da digestibilidade in vitro da matéria seca com a maturação do fruto. Os teores de pectina total não foram influenciados pela idade de colheita dos frutos, mas foram afetados pelo tempo de armazenamento em que no Tratamento 6 meses após colheita as concentrações foram inferiores em relação ao Tratamento 1 dia de colheita. A restrição hídrica não afetou o número de frutos por planta (1,81), a produção por planta (5,28 kg) e a produtividade (18.912 kg/ha de MV e 1.350 kg/ha deMS). A taxa fotossintética, a condutância estomática e a transpiração foram influenciadas pela restrição hídrica, pelo ciclo de avaliação e também pela interação entre a restrição hídrica e o ciclo de avaliação. O ciclo de avaliação influenciou a temperatura foliar, observando-se maiores temperaturas da folha no ciclo 1. A idade de colheita e o tempo de armazenamento afetam a composição químico bromatológica dos frutos de melancia-forrageira, assim como a restrição hídrica influencia as características fisiológicas da planta, reduzindo a taxa fotossintética, a condutância estomática e a transpiração, contudo, não afetou as características produtivas.

portugais. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) - Universidade Federal do Vale do São Francisco, Petrolina. Orientada por Tadeu Vinhas Voltolini, Embrapa Semiárido.