Canine Distemper Virus in Wild European Carnivores: an International and multicentric retrospective study
2024 | 2027
Alves, Miguel Oliveira | Coelho, Ana | Pinto, Maria
A esgana canina é reconhecida como uma das doenças infeciosas mais significativas para a vida selvagem em todo o mundo, especialmente para os carnívoros. Esta doença é causada pelo morbilivírus canino, um agente patogénico conhecido pela sua notável capacidade de atravessar barreiras entre espécies, afetando hospedeiros de 6 ordens taxonómicas diferentes. Este vírus já foi detetado em uma ampla variedade de carnívoros selvagens de diferentes continentes, incluindo a Europa. Foi realizado um estudo retrospetivo para analisar a esgana canina em carnívoros selvagens no território europeu durante os últimos 5 anos (2018-2023). Os casos foram recolhidos de 3 centros de salvamento de vida selvagem de 3 países diferentes: Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens (CERAS) (Portugal), Retscheider Hof (Alemanha), e Le Tichodrome Centre de sauvegarde de la faune sauvage (França). Nos últimos 5 anos, estes centros de vida selvagem só começaram a receber estes animais a partir de 2022, pelo que os casos apresentados foram registados em 2022-2023. Este estudo incluiu 39 animais e as seguintes espécies: a raposa-vermelha (Vulpes vulpes), o texugo-europeu (Meles meles), a fuinha (Martes foina), o tourão (Mustela putorius), e o guaxinim (Procyon lotor). Foram caraterizadas as variáveis demográficas, a epidemiologia do morbilivírus canino nestes animais, e os testes de diagnóstico utilizados foram analisados, e os sinais clínicos observados foram descritos de acordo com cada espécie. O país com a maioria dos casos foi a Alemanha (76,9%; n=30), quando comparada com a França (12,8%; n=5), e Portugal (10,3%; n=4). A família Canidae (74,4%; n=29) foi a família mais afetada, uma vez que as raposas-vermelhas representaram a maioria dos casos. Esta família foi seguida pela família Mustelidae (20,5%; n= 8), com a maioria dos casos a envolver o texugo-europeu, uma vez que apenas uma fuinha, e um tourão foram registados. A família Procyonidae (5,1%; n= 2) foi a menos afetada, sendo representada pelo guaxinim. Os animais foram maioritariamente diagnosticados por RT-PCR em tempo real (43,6%; n= 17), e testes rápidos imunocromatográficos de antigénio (43,6%; n= 17). Poucos foram testados por histopatologia (7,7%; n=3), e através de uma combinação de testes rápidos imunocromatográficos de antigénio e RT-PCR em tempo real (5,1%; n=2). Este estudo demonstrou que o morbilivírus canino continua atualmente presente em países europeus, afetando carnívoros selvagens nativos e não nativos. Dado o número de surtos que têm sido notificados entre carnívoros selvagens na Europa, juntamente com a evidente falta de informação sobre a doença na vida selvagem em geral, é importante investigar mais aprofundadamente o verdadeiro impacto do morbilívirus canino nestes animais, a sua epidemiologia, patogenia, anomalias clínicas, métodos de diagnóstico, prognóstico, opções de tratamento, e as formas mais eficazes de prevenção.
Afficher plus [+] Moins [-]Canine distemper is recognized as one of the most significant infectious diseases for wildlife across the globe, especially carnivores. This disease is caused by canine morbillivirus, a pathogen known for its remarkable capacity to cross species barriers, affecting hosts from six different taxonomic orders. This virus has been detected in a wide range of wild carnivores from different continents, including Europe. A retrospective study was executed to analyze canine distemper in wild carnivores within the European territory during the last 5 years (2018-2023). Cases were collected from 3 wildlife rescue centers from 3 different countries: Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens (CERAS) (Portugal), Retscheider Hof (Germany), and Le Tichodrome Centre de sauvegarde de la faune sauvage (France). Within the last 5 years, these wildlife stations have only begun to receive these animals since 2022, thus the presented cases were recorded in 2022- 2023. This study included 39 animals and the following species: the red fox (Vulpes vulpes), the European badger (Meles meles), the stone marten (Martes foina), the European polecat (Mustela putorius), and the raccoon (Procyon lotor). The demographic variables were characterized, the epidemiology of canine morbillivirus in these animals, and the used diagnostic tests were analyzed, and the observed clinical signs were described according to each species. The country with the most cases was Germany (76.9%; n=30), when compared to France (12.8%; n=5), and Portugal (10.3%; n=4). The Canidae family (74.4%; n=29) was the most affected family, as red foxes comprised the majority of cases. This family was followed by the Mustelidae family (20.5%; n= 8), with most cases involving the European badger, as only one stone marten, and one European polecat were registered. The Procyonidae family (5.1%; n= 2) was the least affected, being represented by the raccoon. Animals were mainly diagnosed via real-time RT-PCR (43.6%; n= 17), and antigen immunochromatographic rapid-tests (43.6%; n= 17). Few were tested via histopathology (7.7%; n=3), and through a combination of antigen immunochromatographic rapid-tests, and real-time RT-PCR (5.1%; n=2). This study has shown canine morbillivirus is still currently present in European countries, affecting native and non-native wild carnivores. Given the number of outbreaks that have been reported among wild carnivores in Europe, along with the evident lack of information regarding this disease in wildlife in general, it is important to further investigate the true impact of canine morbillivirus in these animals, its epidemiology, pathogenesis, clinical abnormalities, diagnostic methods, prognosis, treatment options, and the most effective ways to prevent it.
Afficher plus [+] Moins [-]Informations bibliographiques
Cette notice bibliographique a été fournie par Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Découvrez la collection de ce fournisseur de données dans AGRIS