Síndrome do ovário remanescente em animais de companhia

Declaro que a presente dissertação é resultado de pesquisa e trabalho pessoal, com a orientação adicional da minha orientadora. O conteúdo é original e o contributo de outros autores é devidamente identificado no texto e na listagem de referências bibliográficas final

A Ovariohisterectomia (OVH) de gatas e cadelas é uma das cirurgias mais frequentes na clínica de animais de companhia. Estão descritas complicações associadas com a realização deste procedimento cirúrgico em animais de companhia, estando a Síndrome de Ovário Remanescente (S.O.R.) entre elas (Adin, 2011). A S.O.R. define-se pela presença de tecido ovárico funcional numa fêmea que tenha sido submetida a uma esterilização prévia (Wallace, 1991). O tratamento visa a remoção do tecido ovário existente (Ball et al., 2010). Nas cadelas, os sinais clínicos mais comuns são o edema vulvar e corrimento vaginal hemorrágico. As gatas manifestam sinais periódicos de cio como: vocalização e posicionamento do corpo em lordose (Weedon e Kustritz, 2020). Em qualquer uma das espécies, há interesse por parte dos machos e as fêmeas podem permitir a cópula (Wallace, 1991). Com vista a ajudar a estabelecer um diagnóstico, na anamnese deve-se questionar o tutor acerca das alterações comportamentais que observam na cadela ou gata, a periodicidade da observação dos sinais e sobre a administração exógena de progestagénios (Weedon and Kustritz, 2020). As informações obtidas devem ser complementadas com os resultados de exames mais rigorosos como: citologia vaginal, quantificação hormonal e a realização de ecografia abdominal (Ortega-Pacheco et al., 2012). As hormonas quantificadas podem ser estrogénio, progesterona, LH e a hormona anti-Mülleriana (Weedon and Kustritz, 2020). A intervenção atempada do Médico Veterinário e o reconhecimento precoce dos sinais clínicos poderá, desta forma, evitar o desenvolvimento de um quadro clínico mais grave nas gatas e cadelas. Nesta dissertação incluiu-se a revisão bibliográfica acerca do tema bem como, de forma a ilustrar a variedade de apresentações e sequelas da S.O.R., serão caracterizados de forma retrospetiva 4 casos clínicos que deram entrada no Hospital Veterinário da UTAD no período de 2018 a 2019.

Ovariohysterectomy (OVH) of queens and bitches is one of the most frequent surgeries performed in small animals. Related to the surgical procedure in small animals, there are complications described, with the Remnant Ovary Syndrome (ROS) among them (Adin, 2011). ROS is defined as the presence of functional ovarian tissue in a female who has undergone previous sterilization (Wallace, 1991). Treatment is archived by removing the remnant ovarian tissue (Ball et al., 2010). In bitches, the most common clinical signs are vulvar edema and bloody vaginal discharge. Female cats show periodic signs of heat such as vocalization, body positioning in lordosis and male attraction (Weedon e Kustritz, 2020).In either species, males will be interested and females may allow copulation (Wallace, 1991). To help establish a diagnosis, the tutor should be asked during anamnesis about the behavioural changes observed, the frequency of observation of signs, and the exogenous administration of progestogens (Weedon e Kustritz, 2020). The information obtained must be complemented with the results of more rigorous exams such as vaginal cytology, hormonal quantification and an abdominal ultrasound (Ortega-Pacheco et al., 2012). Quantified hormones can be estrogen, progesterone, LH and anti Müllerian hormone (Weedon and Kustritz, 2020). A bibliographic review on the subject was included in this work as well as the retrospective description of 4 clinical cases admitted to the UTAD Veterinary Hospital in the period 2018 to 2019. Thus, it is extremely important to educate the tutor to recognize the signs of oestrus and proestrus, addressing the need to go to the veterinarian if these occur after OVH surgery. The intervention of the veterinarian and early recognition of clinical signs can thus prevent the development of a more serious clinical presentation.