Comparação retrospetiva de imobilizações químicas com medetomidina-butorfanol e medetomidina-butorfanol-quetamina em ungulados selvagens em cativeiro

Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária, área científica de Clínica

COMPARAÇÃO RETROSPETIVA DE IMOBILIZAÇÕES QUÍMICAS COM MEDETOMIDINA-BUTORFANOL E MEDETOMIDINA-BUTORFANOL-QUETAMINA EM UNGULADOS SELVAGENS EM CATIVEIRO - No presente estudo, foram analisados registos de 53 imobilizações químicas realizadas a dez espécies de ungulados selvagens para procedimentos médicos e transporte. Em vinte e seis das imobilizações foram administrados 0,08 ± 0,04 mg/kg de medetomidina e de butorfanol (protocolo MB), e em vinte e sete imobilizações administrou-se 0,08 ± 0,03 mg/kg de medetomidina, 0,09 ± 0,04 mg/kg de butorfanol, e 1,36 ± 0,85 mg/kg de quetamina (protocolo MBK), maioritariamente por injeção intramuscular à distância. Os parâmetros registados e comparados entre os protocolos incluíram os tempos de indução, de anestesia e de recuperação, a frequência cardíaca e respiratória, a temperatura retal, necessidade de doses de reforço da anestesia e de antídoto, e presença de efeitos secundários durante a imobilização. Para a reversão dos dois protocolos foi utilizado atipamezol. A mediana do tempo de indução foi significativamente menor com o protocolo MBK em comparação com o protocolo MB (8 e 14,5 min, respetivamente) (p=0,001). A mediana do tempo de anestesia não foi significativamente maior com o protocolo MBK em comparação com o protocolo MB (40 e 33,5 minutos, respetivamente). Verificaram-se complicações durante a imobilização com ambos os protocolos, mas significativamente mais com o protocolo MBK (p=0,04). Após a administração do antagonista, a mediana do tempo de recuperação das imobilizações foi igual entre os dois protocolos (4 min) tendo sido registado um caso de mortalidade no protocolo MB. Em conclusão, a utilização do protocolo MBK fornece uma indução mais rápida, porém com potencialmente mais complicações intranestésicas do que com o protocolo MB.

ABSTRACT - RETROSPECTIVE COMPARISON OF CHEMICAL IMMOBILIZATIONS WITH MEDETOMIDINE-BUTORPHANOL AND MEDETOMIDINE-BUTORPHANOL-KETAMINE IN CAPTIVE WILD UNGULATES - In the present study, records of 53 chemical immobilizations in ten species of wild ungulates for medical procedures and translocation were reviewed. In twenty-six animals, 0.08 ± 0.04 mg/kg of medetomidine and of butorphanol (protocol MB) were administered mainly by intramuscular remote injection while in another twenty-seven, 0.08 ± 0.03 mg/kg of medetomidine, 0.09 ± 0.04 mg/kg of butorphanol, and 1.36 ± 0.85 mg/kg of ketamine (protocol MBK), were injected by the same route. Parameters recorded and compared between protocols included induction, anaesthesia and recovery times, heart and respiratory rate, rectal temperature, need for top-up doses for anaesthesia and reversal, and presence of adverse side effects during immobilization. Atipamezole was administered for reversal. Median induction time was significantly shorter in the MBK protocol versus the MB protocol (8 and 14,5 min, respectively) (p=0,001). Median anaesthesia time was not significantly longer in the MBK protocol versus the MB protocol (40 and 33,5 min, respectively). There were intra-anaesthetic complications in both protocols, but significantly more with the MBK protocol (p=0,04). Following antagonist administration, the median recovery time was the same for the two protocols (4 min) and one mortality case with the MB protocol was recorded. In conclusion, the use of MBK protocol provided faster induction but with more intra-anaesthetic complications versus MB protocol.

N/A