Adrenomegália felina : qual o significado clínico?
2021
Oliveira, João Miguel Ganhão de | Leal, Rodolfo Assis Oliveira | Vicente, Gonçalo Eduardo Vítor (Tutor)
Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária
Показать больше [+] Меньше [-]A literatura sobre adrenomegália felina é escassa, aparentando ser rara e um achado ecográfico acidental na prática clínica. Este estudo teve como objetivos avaliar a prevalência de adrenomegália em gatos submetidos a ecografia abdominal, associando-a ao diagnóstico final estabelecido e estimando a sua relevância clínica. Os relatórios referentes a ecografia abdominal de gatos, realizados no HEV da FMV-ULisboa entre Outubro de 2018 e Fevereiro de 2021, foram revistos retrospetivamente, com posterior seleção dos gatos com adrenomegália (eixo dorsoventral maior que 4,8 mm em corte longitudinal ou transversal em pelo menos uma das glândulas adrenais). Foram revistos os dados relativos a raça, género, idade, peso, status reprodutivo, ambiente, motivo de realização de ecografia e respetiva caracterização ecográfica das adrenais, se a adrenomegália foi uni- ou bilateral e o diagnóstico final estabelecido. A adrenomegália foi considerada relevante se fossem realizados ou sugeridos exames complementares específicos pelos clínicos. Foi realizada estatística descritiva e inferencial (p<0,05) com recurso a testes não paramétricos/paramétricos. Foram revistos 983 relatórios ecográficos tendo sido identificada adrenomegália em 68 (6,9%) dos mesmos. A adrenomegália foi bilateral em 36/68 (52,9%) gatos e unilateral com glândula contralateral não atrofiada nos restantes. Houve uma sobre representação de gatos machos (44/68; 64,7%), Europeu Comum (62/68; 91,2%), esterilizados (54/68; 79,4%) e indoor (50/68; 73,5%). A média da idade e do peso foram, respetivamente, 11,6 ± 4,3 [2-22] anos e 4,0 ± 1,7 [1,6-8,5] kg. Os dois principais motivos para a realização de ecografia abdominal foram exploração de DRC - doença renal crónica (39/68; 57,3%) e suspeita clínica de pancreatite (10/68; 14,7%). Em 6 gatos (8,8%), a ecografia abdominal foi realizada especificamente no contexto da exploração de uma doença endócrina, destacando: cetoacidose (3/68; 4,4%), suspeita de hiperaldosteronismo primário (2/68; 2,9%) e insulinorresistência (1/68; 1,5%). Em 48/68 (70,6%) gatos, o diagnóstico final estabelecido ou presumido foi definido como uma doença não-endócrina. Após a avaliação ecográfica, a exploração médica da adrenomegália foi sugerida em 12/68 (17,6%) casos, mas realizada em apenas 6 (8,8%) deles, devido a restrições financeiras ou morte do animal. Este estudo mostra que a adrenomegália felina não é um achado prevalente e quando presente parece mais comum em gatos machos esterilizados geriátricos. A adrenomegália foi identificada com maior frequência na exploração de DRC, com destaque para o papel da doença crónica ou causa endócrina concomitante inexplorada. Após a sua identificação, a adrenomegália foi explorada apenas em uma pequena percentagem dos casos, ressaltando que parece estar subvalorizada na prática clínica.
Показать больше [+] Меньше [-]ABSTRACT - FELINE ADRENOMEGALY: WHAT IS THE CLINICAL SIGNIFICANTE? - Literature on feline adrenomegaly is scarse, appearing to be rare and an accidental echographic finding in clinical practice. This study aimed to evaluate the prevalence of adrenomegaly in cats undergoing abdominal ultrasound, associating it with the final diagnosis established and estimating its clinical features. All the reports from feline abdominal ultrassounds, performed at the HEV of the FMV-ULisboa between October 2018 and February 2021, were retrospectively reviewed. Cats with adrenomegaly (dorsoventral axis greater than 4.8 mm in longitudinal or transverse section in at least one of the adrenal glands) were selected and the data were reviewed for breed, gender, age, weight, breeding status, environment of living, reason for performing abdominal ultrasound, whether the adrenomegaly was uni- or bilateral and the final established diagnosis. Adrenomegaly was considered relevant if complementary exams were performed or suggested by clinicians after abdominal ultrasound. Descriptive and inferential statistics (p <0.05) were performed using non parametric/parametric tests. A total of 983 ultrassound reports were reviewed and adrenomegaly was identified in 68 (6.9%) of them. Adrenomegaly was bilateral in 36/68 (52.9%) cats and unilateral with non-atrophied contralateral gland in the remaining. There was an over representation of male (44/68; 64.7%) Common European (62/68; 91.2%), sterilized (54/68; 79.4%) and indoor (50/68; 73.5%) cats. Mean age and weight were, respectively, 11.6 ± 4.3 [2-22] years and 4.0 ± 1.7 [1.6-8.5] kg. The two main reasons for performing an abdominal ultrasound were exploration of CKD - chronic kidney disease (39/69; 57.3%) and clinical suspicion of pancreatitis (10/68; 14.7%). In 6 (8,8%) cats, abdominal ultrasound was performed specifically in the context of exploration of an endocrine disease, highlighting: ketoacidosis (3/68; 4.4%), suspected primary hyperaldosteronism (2/68; 2.9%) and insulin resistance (1/68; 1.5%). In 48/68 (70.6%) cats, the final established or presumed diagnosis was defined as a non-endocrine disease. After ultrasound evaluation, medical exploration of adrenomegaly was suggested in 12/68 (17.6%) cases but performed in only 6 (8.8%) of them, due to financial constraints or death of the animal. This study shows that feline adrenomegalia is not a prevalent finding and when present seems more common in spayed geriatric male cats. Adrenomegaly was identified most frequently in the exploration of CKD, with emphasis on the role of chronic disease or concomitant unexplored endocrine cause After its identification, adrenomegaly was explored only in a small percentage of cases, noting that it seems to be undervalued in clinical practice.
Показать больше [+] Меньше [-]Ключевые слова АГРОВОК
Библиографическая информация
Эту запись предоставил Technical University of Lisbon