Comportamento das metaloproteinases no soro sanguíneo de caprinos infectados experimentalmente pelo vírus da artrite encefalite caprina.

As Metaloproteinases da Matriz (MMPs) são um grupo de enzimas responsáveis pela degradação dos componentes da matriz extracelular e das membranas basais. São secretadas por pro-enzimas, e liberadas por neutrófilos, monócitos, macrófagos, fibroblastos e pela membrana celular, podendo também ser ativadas por outras substâncias como as citocinas, quimiocinas, dentre outras, em resposta a uma variedade de estímulos, estando envolvidas nos processos patológicos como câncer e metástases, HIV, artrites, periodontites, doenças oftalmológicas, etc. Nesse contexto, as MMPs estão sendo investigadas como possíveis biomarcadores e sinalizadores de prognóstico na medicina humana. Em relação à medicina veterinária, estudos ainda são incipientes, em especial na espécie caprina. Objetivou-se nesse trabalho avaliar o comportamento e atividade das metaloproteinases no soro sanguíneo de caprinos experimentalmente infectados pelo vírus da CAE. Foram utilizados cinco reprodutores com idade média de 3 a 4 anos, os quais foram infectados pela cepa viral CAEVCork, título 105,6TCID50/mL por via intravenosa. O sangue foi coletado através de punção da veia jugular e o soro sanguíneo obtido por centrifugação. As amostras foram coletadas antes da infecção (F1), e a cada semana pós-infecção, sendo a soroconversão detectada por Western Blotting (WB). Os géis de zimografia foram analisados através do software Gel Analyzer no qual foi possível identificar presença e ausência de bandas enzimáticas e calcular o valor do volume médio das bandas proteolíticas e sua intensidade (pixels). Analisando todas as fases, identificou-se as MMPs 9 e 2 e suas respectivas formas latentes, e a proMMP13. Analisando o perfil densitométrico de cada etapa, observou-se que antes da infecção os animais apresentaram baixa intensidade enzimática, indicando que as MMPs estão presentes nos animais sadios e desempenham funções fisiológicas inerentes ao desenvolvimento do organismo. Na fase da soroconversão (F2), pode-se observar comportamento enzimático diferente das MMPs quando comparado ao F1, já que houve maior intensidade enzimática frente à infecção. Na fase pós-soroconversão (F3) o perfil densitométrico do gel mostrou menor intensidade enzimática em relação à soroconversão e semelhante ao F1, levando-nos a sugerir que após a 23ª semana pós-infecção, as enzimas tendem a retornar ao seu ritmo de atividade normal. Em relação ao volume médio nas diferentes fases, observou-se maior volume da MMP-2 e de menor volume da MMP-9. Quanto às formas latentes, proMMP-2 e a proMM-9, foram produzidas apenas nas fases F1 e F3, controle e pós-soroconversão, respectivamente. A presença da proMMP-13 em todos os animais na F2 poderá ser um indicador da infecção devido ao seu comportamento de estimular a secreção das outras MMPs em caso de necessidade de defesa, pois nesta fase o organismo consegui detectar o vírus e iniciar a produção de anticorpos. Abstract: The matrix metalloproteinases (MMPs) are a group of enzymes responsible for the degradation of extracellular matrix components and cells membranes. They are secreted by pro-enzymes, and released by neutrophils, monocytes, macrophages, fibroblasts and also by the cell membrane, and can also be activated by substances such as cytokines, chemokines, among others, in response to a variety of stimuli, being involved on pathological processes such as cancer and metastasis, HIV, arthritis, periodontitis, ophthalmological diseases, etc. In this context, they are being investigated as possible biomarkers and as prognostic signaling in human medicine. Regarding to veterinary medicine, studies are still incipient, especially in the caprine species. The objective of this study was to evaluate the behavior of metalloproteinases and their activities in blood serum of goats experimentally infected by CAE virus. Five animals with a mean age of 3 to 4 years were infected by the CAEV-Cork viral strain, titre 105.6TCID50 / mL intravenously. Blood was collected by puncturing the jugular vein and the blood serum obtained by centrifugation. Samples were collected before infection (F1) and every week post-infection and the seroconversion detected by Western Blotting. It was identified in all groups the MMPs 9 and 2 and their respective latent forms, besides the proMMP-13. The gel densitometry analysis showed an enzymatic profile of each phase, in which the F1 showed low enzymatic intensity, indicating that MMPs are present in healthy goats and perform physiological functions inherent to the development of the organism. In the seroconversion phase (F2), it is possible to observe enzymatic different behavior of the MMPs when compared to F1, since there was a greater enzymatic intensity against the infection. In the post-seroconversion phase (F3) the densitometric profile of the gel showed lower enzymatic intensity in relation to the seroconversion (F2) and similar to F1, leading us to suggest that after the 23rd week of infection, the enzymes tend to return to their normal activity rhythm. In relation to the mean volume in the different phases, it was observed a larger volume of MMP-2 and a smaller volume of MMP-9. Concerning to latent forms, proMMP-2 and proMM-9, it were produced only in phases F1 and F3, control and postseroconversion, respectively. The presence of proMMP-13 in all animals in F2 could be an indicator of the infection due to its behavior to stimulate the secretion of others MMPs in case of need of defense, once at this stage the organism was able to detect the virus and start the production of antibodies.

Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Estadual Vale do Acaraú, Sobral. Orientadora: Ângela Maria Xavier Eloy (CNPC); Coorientadora: Alice Andrioli (CNPC).