Efeitos da prolactina na atividade monaminérgica estriatal in vivo são modulados por uma experiência reprodutiva prévia
2007
Erica Engelberg Teixeira da Silva Hucke | Luciano Freitas Felicio
A prolactina (PRL) tem efeito modulatório sobre a atividade neuronal no sistema nervoso central, fato este relevante do ponto de vista fisiológico e comportamental. Os efeitos estimulatórios e inibitórios da PRL exógena estão fortemente relacionados com a dose e o tempo de tratamento. A injeção de PRL diretamente no sistema nervoso central pode levar a modulação da atividade dopaminérgica tanto aguda como prolongadamente, como já foi observado anteriormente em ratos. Por outro lado, esse sistema de neurotransmissão também pode ser modificado por uma experiência reprodutiva anterior em ratas. Portanto, o objetivo do presente estudo é verificar in vivo o efeito de uma única injeção de PRL ou injeções repetidas sobre a atividade dos terminais dopaminérgicos e serotoninérgicos em fêmeas nulíparas e primíparas da mesma idade. Para tanto, 7 ratas primíparas e 6 nulíparas foram submetidas a cirurgias estereotáxicas para a implantação de cânulas-guia para injeção intracerebroventricular (i.c.v.) no ventrículo lateral e para microdiálise no corpo estriado contra-lateral. Após o período de recuperação pós-cirúrgico, as ratas foram submetidas a injeções i.c.v. durante 5 dias consecutivos com PRL ovina (oPRL; 10 mg/ 5 ml). Nos dias 1 e 5, as fêmeas foram também submetidas a sessões de microdiálise que se iniciavam antes da injeção i.c.v.. As concentrações de dopamina, serotonina e seus respectivos metabólitos foram quantificadas nos dialisatos coletados a cada 20 min por meio de HPLC-ED. A injeção aguda de oPRL induziu uma diminuição nas concentrações extracelulares de HVA de maneira mais intensa em fêmeas primíparas comparadas as nulíparas. As concentrações de DOPAC estavam aumentadas no dia 5 após as injeções consecutivas de oPRL no grupo de primíparas comparadas às nulíparas. No dia 5, as concentrações basais de DOPAC, HVA e 5HIAA em primíparas foram significantemente maiores do que em nulíparas. Estes resultados são sugestivos que a experiência reprodutiva pode modular a atividade dopaminérgica estriatal in vivo em conseqüência a injeção de PRL e revelou uma relação entre a atividade dopaminérgica e serotoninérgica nesta região cerebral, o que pode ser sugestivo de que ambos os sistemas de neurotransmissão neste local podem ser modulados pela PRL.
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