IMPACTO AMBIENTAL DO EUCALIPTO NA RECARGA DE ÁGUA SUBTERRÂNEA EM ÁREA DE CERRADO, NO MÉDIO VALE DO JEQUITINHONHA, MINAS GERAIS.
2002
Fernando Roberto de Oliveira | Leila Nunes Menegasse | Uriel Duarte
O médio vale do Jequitinhonha, localizado no nordeste do estado de Minas Gerais, compreende uma das regiões com os indicadores sociais mais baixos do Brasil. Sendo caracterizado por um clima do tipo semi-árido, com precipitação anual média de 800 mm e evapotranspiração em torno de 1250 mm e solos, em sua maioria, ácidos, álicos e de baixa fertilidade natural. A partir dos anos 70, houve maciços incentivos fiscais por parte do poder público, particularmente na esfera estadual, para o plantio de extensas florestas de eucalipto e de pinus para suprir a industria guseira e de celulose no estado. Essas monoculturas substituíram a vegetação nativa de cerrado, a qual tem evapotranspiração muito inferior àquelas, gerando uma redução anual na recarga de cerca de 164 mm. Essa situação trouxe como conseqüências mais imediatas a redução no período de fluxo dos rios temporários na região, os quais são a maioria, e por sua vez, a disponibilidade de água para a população em um cenário hídrico já fortemente adverso. No plano social, a silvicultura não trouxe melhorias para a região, ao contrário, apenas acentuou as precárias condições já existentes, através de um regime trabalhista que beira a “servidão”.
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