Hipersensibilidade alimentar em cães e a sua correlação à dermatopatia imunomediada: revisão de literatura
2023
Gurjão, Thyago Araújo | Andressa Sampaio da Silveira
葡萄牙语. A hipersensibilidade alimentar pode afetar animais de diversas faixas etárias, levando em consideração que mais de umterço dos casos são de animais jovens, com idade inferior a um ano. Essa afecção não apresenta predileção sexual e podeapresentar-se de forma mais recorrente em filhotes que passaram pelo processo de desmame precoce, visto que estes aindaestão sendo introduzidos no desenvolvimento de maturidade intestinal, dessa forma, ocorre a facilitação da passagem departículas com efeito antigênico por meio da mucosa, predispondo a sensibilização do animal. Após ultrapassar a barreiraintestinal, as partículas mencionadas entram em contato com o tecido linfoide, liberando a reação imunológica. Ao entrarem contato com a substância do alérgeno, ocorre a produção das imunoglobulinas IgE específicas, fixando-as amastócitos, que quando em contato com o alimento causador, induzem a degranulação mastocitária. Vale salientar que aIgE não é a única imunoglobulina envolvida, pois existem relatos de quadros de hipersensibilidade alimentar menosfrequentes com envolvimento de IgG. A degranulação desses mastócitos atua liberando diversas citocinas inflamatórias:histamina, serotonina e cininas. Os alimentos mais comuns relacionados a esta afecção são compostos por carne bovina,trigo, ovo, milho, frango e derivados de leite. Dentre estes, os alérgenos mais comuns nos cães tratam-se da carne bovina,leite e frango, respectivamente. O quadro clínico da alergia alimentar pode predispor alterações em vários sistemasorgânicos, podendo causar sinais clínicos gastrointestinais e dermatopatias de longa duração, estes são os sinais maiscomuns nos pacientes. Nota-se uma alta frequência de animais acometidos predisponentes a otite, de forma unilateral oubilateral, onde o principal agente etiológico envolvido é a Malassezia pachydermatis. A maior parte das lesões cutâneasapresentadas são advindas de automutilação por parte do animal e acompanhadas de infecções secundárias: descamação,hiperpigmentação, liquenificação e alopecia em diversas localizações. O diagnóstico exige paciência e disciplina tantopor parte do quadro clínico apresentado pelo paciente como também do tutor. Visando a investigação e exclusão dosdiagnósticos diferenciais que incluem atopia, hipersensibilidade a saliva de pulgas, presença de ectoparasitas,hipersensibilidade de contato, malasseziose primária e piodermite bacteriana. Para auxiliar no diagnóstico, os examescomplementares indicados são os de raspado cutâneo, teste micológico, coproparasitológico, citologia, tricograma, culturamicótica, cultura bacteriana e histopatológico. Após realizar o descarte dos diagnósticos diferenciais, para obter odiagnóstico da hipersensibilidade alimentar, deve-se introduzir a dieta de eliminação associada posteriormente, a dietaprovocativa, sendo esta utilizada como padrão ouro atualmente. O uso de testes sorológicos para IgE específica raramenteapresenta resultado confiável, visto que o indivíduo pode apresentar aumento de IgE específica sem aumento de IgE totalno sangue, fazendo com que a sua aplicação seja limitada na fase de diagnóstico, por apresentarem baixa sensibilidade.Uma das melhores alternativas para diagnóstico atualmente é o Prick Teste, realizado de forma rápida e indolor quequando utilizado em conjunto a teste de alergia de contato, como o Patch Teste, apresenta uma alta sensibilidade aosextratos testados e possui valor preditivo negativo, além de ajudar a estabelecer os alimentos que irão compor a dieta deeliminação do paciente. O tratamento compreende a exclusão dos alérgenos indutores da hipersensibilidade naalimentação do paciente. Deve-se realizar a estabilização dos sinais secundários. Pode-se utilizar fármacos como aprednisolona ou oclacitinib na fase inicial do diagnóstico, para controle do prurido. No entanto, ao fazer uso dessesfármacos e de antibióticos para o tratamento de infecções bacterianas secundárias é preciso realizar a descontinuação dassuas administrações duas semanas antes do animal retornar para uma nova avaliação, visando evitar possíveis erros nodiagnóstico. Caso o animal tenha apresentado quadro positivo no teste de eliminação após a utilização de dietahipoalergênica, deve-se prosseguir com a sua ingestão. Também pode-se utilizar dietas caseiras balanceadas como formade alimentação natural permanente.
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