Suplementação de ácido guanidinoacético para matrizes suínas

Orientador: Prof. Dr. Alex Maiorka

Coorientador: Prof. Dr. Bruno Alexander Nunes Silva

Tese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Zootecnia. Defesa : Curitiba, 17/02/2023

Inclui referências

Resumo: A evolução progressiva na suinocultura moderna devido a hiperprolificidade das matrizes, traz consigo o impacto na exigência nutricional, crescimento, eficiência e na condição corporal da fêmea e da sua leitegada. Muitas pesquisas envolvendo a nutrição tanto das fêmeas suínas como das suas leitegadas vêm sendo realizadas, com enfoque nos aditivos nutricionais e metabólitos secundários, que visam melhorar o desempenho produtivo destes. Dentre os aditivos, destaca-se o ácido guanidinoacético (AGA) que atua como um composto formador de creatina e poupador de aminoácidos essenciais como arginina e metionina. Foram realizados dois experimentos, no primeiro o objetivo foi avaliar o impacto da suplementação alimentar AGA durante o período de gestação de matrizes suínas hiperprolíficas com ordem de parto mista sobre seu desempenho. Os tratamentos tenderam a diferir entre si em relação ao número total de nascidos vivos nas fêmeas de primeiro parto (P<0,10), sendo que as fêmeas que receberam AGA apresentaram um número tendencialmente maior para estes parâmetros. Embora as fêmeas primíparas tenham tido, em tendência, um maior número de nascidos com a suplementação de AGA, o peso da leitegada não foi influenciado pelos tratamentos (P>0,05). Já no segundo experimento o objetivo foi avaliar o impacto da suplementação alimentar de AGA para matrizes suínas hiperprolíficas durante os períodos de gestação e lactação no seu desempenho e perfil de aminoácidos do leite. Um total de 180 matrizes foram distribuídas em DIC em arranjo fatorial 2x2, sendo o uso ou não de AGA durante a gestação e o uso ou não do AGA durante a lactação. As fêmeas de primeiro parto que receberam AGA tiveram um número maior de nascidos totais e nascidos vivos (P<0,05). Embora as fêmeas tenham melhorado o número de nascidos, o peso ao nascer não foi influenciado pelos tratamentos (P>0,05). A suplementação com AGA melhorou o ganho de peso diário da leitegada, o peso médio dos leitões ao desmame e a produção diária estimada de leite das matrizes de primeiro parto (P<0,05). O uso de AGA durante a lactação também aumentou o perfil de aminoácidos do leite no dia 7 da lactação, sendo que aminoácidos como lisina, metionina, arginina, valina e glutamina apresentaram concentrações mais elevados (P<0,05). A suplementação de AGA para matrizes suínas não influencia as variáveis de desempenho zootécnico das matrizes e de suas leitegadas quando são pluríparas, enquanto fêmeas de primeira ordem de parto apresentam melhores resultados quanto ao consumo de ração, desempenho de leitegada e à presença de aminoácidos no leite. Concluímos que a suplementação de AGA é viável para fêmeas primíparas na fase de gestação e lactação.

Abstract: The progressive evolution in modern pig farming has brought with it the hyperprolificity of the sows, impacting on their nutritional requirement, growth, efficiency and the carcass quality of the female and her litter, due to the greater demand of this more numerous litter. Much research involving the nutrition of both swine females and their litter has been carried out, with a focus on nutritional additives that aim to improve their performance. Among these additives, guanidinoacetic acid (AGA) stands out, which acts as a creatine-forming compound and saves essential amino acids such as arginine and methionine, which can then be used in other functions in the body. Two experiments were carried out, in the first the objective was to evaluate the impact of food supplementation with guanidinoacetic acid (AGA) during the gestation period of hyperprolific swine matrices with mixed parity on their performance. The treatments tended to differ from each other in relation to the total number of live births in gilts (P <0.10), with females receiving AGA tending to have a higher number for these parameters. Although primiparous females tended to have a greater number of babies born with AGA supplementation, the variation in birth weight within the litter was not influenced by the treatments (P> 0.05). In the second experiment, the objective was to evaluate the impact of AGA food supplementation for hyperproliferous swine matrices during gestation and lactation periods on their performance and milk amino acid profile. A total of 180 sows (120 multiparous and 60 gilts) were distributed in a completely randomized experimental design between 2 dietary treatments during pregnancy and later in a 2 x 2 factorial arrangement, with two previous gestational treatments and the use or not of AGA during lactation. The first calving females who received AGA had a higher number of total and live births (P <0.05). Although females have improved the number of births, birth weight was not influenced by treatments (P> 0.05). AGA supplementation improved the daily weight gain of the litter, the average weight of the piglets at weaning and the estimated daily milk production of the first calves (P <0.05). The use of AGA during lactation also increased the amino acid profile of milk on day 7 of lactation, with amino acids such as lysine, methionine, arginine, valine and glutamine showing higher levels (P <0.05). The supplementation of AGA for swine breeding stock does not influence the variables of zootechnical performance of the breeding stock and their litter when they are multiparous, while females of first parity present better results regarding feed consumption, litter performance and the presence of amino acids in milk.