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Epidemiologia da Leptospirose em animais silvestres na Fundação Parque Zoológico de São Paulo
2004
Sandra Helena Ramiro Corrêa | Silvio Arruda Vasconcellos | Zenaide Morais | Antoninho de Assis Teixeira | Ricardo Augusto Dias | Marcelo Alcindo de Barros Vaz Guimarães | Fernando Ferreira | José Soares Ferreira Neto
A Leptospirose é uma doença bacteriana de caráter zoonótico que afeta os animais domésticos, silvestres e o homem. Levantamentos sorológicos têm demonstrado o envolvimento de diferentes espécies sinantrópicas e silvestres na epidemiologia da doença. Com o objetivo de conhecer melhor a epidemiologia da Leptospirose dentro da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, foi realizado um estudo sorológico nos animais silvestres mantidos em cativeiro, no período de 1996 a 1999. Foram colhidas amostras de sangue de 302 animais atendidos na rotina da Divisão de Veterinária, das quais 59 apresentaram resultado positivo (19.5%) para a prova de Soroaglutinação Microscópica. Os sorovares mais prováveis para o conjunto total de resultados foram : copenhageni (15/59=25.4%), pomona (13/59=22%) e castellonis (10/59=16.9%). Entre os animais silvestres examinados os sorovares mais prováveis foram : Família Callithrichidae : castellonis (3/3=100%), Família cebidae : copenhageni : (13/21=65%), grippotyphosa (2/21=9.5%) e castellonis (1/21=44.7%). Família felidae : pomona (12/17=70.5%), icterohaemorrhagiae (2/17=11.7%) e grippotyphosa (1/17=5.8%), Família canidae : castellonis (2/4=50%), cynopteri (1/4=25%) e mini (1/4=25%), Família cervidae : mini (1/1=100%), Família bovidae : copenhageni (2/3=66.6%), pomona (1/3=33.3%), Família dasyproctidae : castellonis (2/3=66.6%), Família macropodidae: sentot (1/1=100%), família giraffidae : castellonis (1/1=100%). Animais de vida livre como ratos (Rattus norvegicus) e gambás (Didelphis marsupialis) também foram submetidos a prova de soroaglutinação necroscópica e cultura bacteriológica. Foram encontrados testes positivos para o sorovar icterohaemorrhagiae em 42,8% dos ratos e 40% dos gambás estudados. As freqüências de positivos quando analisadas do ponto de vista da localização espacial dos recintos destes animais, permitiram a verificação da existência de áreas críticas para exposição à leptospira dentro da Fundação Parque Zoológico de São Paulo. As freqüências de positivos para as várias áreas examinadas foram : Setor extra (36/113=31.8%), Alameda dos felinos (10/20=50%), Ilhas+Alameda, Lago+Alameda Girafa (3/14=21.4%), Alameda Urso+Alameda Zebra (3/21=14.2%), Gaiolão II (1/21=14.2%), Planície Africana (2/15=13.3%) e Alameda Bisão (1/2=50%). As razões desta constatação foram discutidas e medidas de profilaxia e controle para a Leptospirose no ambiente da Fundação Parque Zoológico de São Paulo foram sugeridas. Também foi discutida a importância do monitoramento sorológico em ambientes de zoológico para ações de vigilância.
显示更多 [+] 显示较少 [-]Epidemiology of the Leptospirosis in wild animals at the Fundação Parque Zoológico de São Paulo | Epidemiologia da Leptospirose em animais silvestres na Fundação Parque Zoológico de São Paulo
2004
Sandra Helena Ramiro Corrêa | Silvio Arruda Vasconcellos | Zenaide Morais | Antoninho de Assis Teixeira | Ricardo Augusto Dias | Marcelo Alcindo de Barros Vaz Guimarães | Fernando Ferreira | José Soares Ferreira Neto
This study was aimed to achieve a better comprehension of the epidemiological aspects of leptospirosis in the Fundação Parque Zoológico de São Paulo. From 1996 to 1999, blood samples were collected from 302 wild animals that were submitted to the Veterinary Division of the zoo for routine procedures. Positive Microscopic Aglutination Test were obtained from them 59 animals were positiv (19,5%) . The most frequent sorovars were copenhageni ( 15/59 = 25.4%), pomona (13/59 = 22%) and castellonis (10/59 = 16.9%). According to the orders and families of examined animals, the most frequent serovars were: Order Primate : copenhageni (13/25 = 52%), castellonis (5/25 = 20%) e grippotyphosa (2/25 = 8%). Family Felidae pomona (12/17 = 70.5%), icterohaemorrhagiae (2/17=11.7%) e grippotyphosa (1/17 = 5.8%). Family Cervidae : mini (1/1 = 100%). Family Bovidae : copenhageni (2/3 = 66.6%), pomona (1/3 = 33.3%). Order Rodentia : castellonis (2/3 = 66.6%). Family Macropodidae : sentot (1/1 = 100%). Family Girafidae : castellonis (1/1 = 100%). Free living specimens of the Muridae ( Rattus norvegicus ) and Didelphidae ( Didelphis marsupialis) families were also examined for Microscopic Aglutination Test and bacteriologic culture. Positive serologycal and bacteriologycal tests for Icterohaemorrhagiae serogrup were found in rodents, such as rats (3/7 = 42.8%) and opossum 2/5 = 40%). These strongly suggest that free-living rodents play na important role in the leptospirosis transmition inside the Zoo. Two specific areas, Extra Sector 1 and Feline Alley were considered critical due to the major proportion of seropositives animals. The possible reasons and these findings were sugestive for the profilatical procidures for the control of the Leptospirosis at the São Paulo Zoo were discussed. | A Leptospirose é uma doença bacteriana de caráter zoonótico que afeta os animais domésticos, silvestres e o homem. Levantamentos sorológicos têm demonstrado o envolvimento de diferentes espécies sinantrópicas e silvestres na epidemiologia da doença. Com o objetivo de conhecer melhor a epidemiologia da Leptospirose dentro da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, foi realizado um estudo sorológico nos animais silvestres mantidos em cativeiro, no período de 1996 a 1999. Foram colhidas amostras de sangue de 302 animais atendidos na rotina da Divisão de Veterinária, das quais 59 apresentaram resultado positivo (19.5%) para a prova de Soroaglutinação Microscópica. Os sorovares mais prováveis para o conjunto total de resultados foram : copenhageni (15/59=25.4%), pomona (13/59=22%) e castellonis (10/59=16.9%). Entre os animais silvestres examinados os sorovares mais prováveis foram : Família Callithrichidae : castellonis (3/3=100%), Família cebidae : copenhageni : (13/21=65%), grippotyphosa (2/21=9.5%) e castellonis (1/21=44.7%). Família felidae : pomona (12/17=70.5%), icterohaemorrhagiae (2/17=11.7%) e grippotyphosa (1/17=5.8%), Família canidae : castellonis (2/4=50%), cynopteri (1/4=25%) e mini (1/4=25%), Família cervidae : mini (1/1=100%), Família bovidae : copenhageni (2/3=66.6%), pomona (1/3=33.3%), Família dasyproctidae : castellonis (2/3=66.6%), Família macropodidae: sentot (1/1=100%), família giraffidae : castellonis (1/1=100%). Animais de vida livre como ratos (Rattus norvegicus) e gambás (Didelphis marsupialis) também foram submetidos a prova de soroaglutinação necroscópica e cultura bacteriológica. Foram encontrados testes positivos para o sorovar icterohaemorrhagiae em 42,8% dos ratos e 40% dos gambás estudados. As freqüências de positivos quando analisadas do ponto de vista da localização espacial dos recintos destes animais, permitiram a verificação da existência de áreas críticas para exposição à leptospira dentro da Fundação Parque Zoológico de São Paulo. As freqüências de positivos para as várias áreas examinadas foram : Setor extra (36/113=31.8%), Alameda dos felinos (10/20=50%), Ilhas+Alameda, Lago+Alameda Girafa (3/14=21.4%), Alameda Urso+Alameda Zebra (3/21=14.2%), Gaiolão II (1/21=14.2%), Planície Africana (2/15=13.3%) e Alameda Bisão (1/2=50%). As razões desta constatação foram discutidas e medidas de profilaxia e controle para a Leptospirose no ambiente da Fundação Parque Zoológico de São Paulo foram sugeridas. Também foi discutida a importância do monitoramento sorológico em ambientes de zoológico para ações de vigilância.
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