En este trabajo, el Instituto Interamericano de Cooperación para la Agricultura (IICA) presenta una visión panorámica del agua agrícola en el continente americano. La región concentra el 46 % de los recursos hídricos mundiales y una de las más altas precipitaciones pluviales, aunque con una muy desigual distribución de estos recursos. Además de estos contrastes que existen tanto en el ámbito regional como al interior de los países, en las Américas el riego agrícola se utiliza muy poco: solo en el 13 % de la superficie cultivable. Se hace imperativo, por lo tanto, en virtud de los grandes desafíos que la producción de alimentos enfrentará en las próximas décadas, incrementar las superficies irrigadas y la eficiencia del agua agrícola y, de esa manera, aumentar la productividad.

A universalização do acesso das populações rurais à água permanece um desafio em regiões como o Semiárido brasileiro. Uma série de políticas públicas, em especial o Programa Um Milhão de Cisternas, tem contribuído desde o início dos anos 2000 para alcançar este objetivo, promovendo a construção de cisternas de captação de água da chuva. Apesar dos resultados de ampliação do acesso à água e do grau de inovação do seu desenho metodológico, mudanças significativas na concepção e no arranjo político-institucional do programa foram observadas a partir de 2011, com a criação do Água para Todos. Com base em dados secundários, relatórios de avaliação e entrevistas com gestores federais e locais nos estados da Bahia e Pernambuco, o presente artigo examina o processo político que levou a tal mudança, trazendo para o centro da discussão suas motivações, evolução e as implicações. Além do interesse analítico de um processo de mudança programática e de disputa entre burocracias estatais, incluindo suas dinâmicas de alianças com atores sociais, o artigo discute os desafios de formulação de políticas públicas e de sua implementação em nível local. Por fim, o programa é discutido sob uma perspectiva mais ampla de redução das vulnerabilidades socioambientais e de necessidade de ajustes frente a desafios decorrentes das mudanças climáticas globais.

Durante os anos 2000, foram instituídas políticas de promoção do acesso à água no Semiárido brasileiro, como componentes de uma estratégia mais ampla de redução da pobreza e da insegurança alimentar. Apesar da sua abordagem intersetorial e integrada com as políticas sociais, a multiplicação de arranjos institucionais e de programas com lógicas distintas de implementação tem aumentado seu nível de fragmentação. O presente artigo analisa o processo de articulação do Programa Cisternas com outros programas de redução da pobreza rural, identificando fatores que contribuem para sua integração programática e institucional. O estudo avalia os mecanismos existentes de coordenação em nível nacional, e inova ao discutir o papel informal de gestores municipais e técnicos extensionistas na coordenação de programas durante o processo de implementação. Foram mobilizados dados primários e secundários, incluindo entrevistas com gestores federais e locais, e executores envolvidos na implementação do programa.