Saúde e mercado de trabalho no Brasil: diferenciais entre ocupados agrícolas e não agrícolas
2010
Alexandre Gori Maia | Cristina Guimarães Rodrigues
Este trabalho analisa as diferenças no estado de saúde entre e dentro dos grupos de ocupados agrícolas e não agrícolas no Brasil, utilizando medidas de autoavaliação do estado de saúde captadas no suplemento da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2008. As análises baseiam-se na composição socioeconômica dos ocupados agrícolas e não agrícolas e nas estimativas de equações simultâneas para captar as relações não lineares entre saúde, renda e jornada de trabalho. Um dos pressupostos do trabalho é que a baixa prevalência de saudáveis entre os ocupados agrícolas estaria associada, sobretudo, à composição socioeconômica desse grupo, e não à maior insalubridade a que os ocupados das atividades agrícolas estariam submetidos em condições socioeconômicas semelhantes às dos não agrícolas. Analogamente, a desigualdade no estado de saúde seria menor entre os ocupados agrícolas devido aos hábitos mais homogêneos, não só no que se refere ao tipo de atividade, mas também em relação à qualidade de vida e ao acesso a uma série de itens de consumo, típico das localidades menos desenvolvidas onde as atividades agrícolas prevalecem.<br>This paper analyzes differences of health conditions between and within agricultural and non-agricultural workers in Brazil. Self-reported health measures of the Health Supplement of Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), from 2008, are used. Results are based on the description of the socioeconomic characteristics of each group of employees and on estimates of a simultaneous equation to measure non-linear relations between health conditions, income and work hours. The main hypothesis is that the lower prevalence of workers with good health among agricultural workers is mainly due to socioeconomic characteristics of this group and not necessarily to higher insalubrious conditions that such workers would be submitted to in equivalent socioeconomic conditions than non-agricultural workers. Similarly, inequalities in health status within agricultural workers may be lower than non-agricultural workers due to more homogeneous kinds of activities, quality of life and consumption, usually found in less developed areas where agricultural workers prevail.
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