Efeito da espironolactona no sistema nervoso parassimpático de cães com doença mixomatosa da valva mitral em estadio C
2020
Coelho, Vítor Hugo Ferreira | Lobo, Luís Lima | Pires, Maria João
Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária
Mostrar más [+] Menos [-]A doença mixomatosa da valva mitral (DMVM) é a doença cardíaca mais frequente em cães. Nesta doença ocorrem alterações no sistema nervoso autónomo e no sistema reninaangiotensina-aldosterona que desempenham um papel preponderante na fisiopatologia da mesma. A espironolactona foi recentemente adicionada à terapia tripla clássica (furosemida, pimobendan e inibidores da enzima de conversão da angiotensina I) para o tratamento de cães com DMVM no estadio C por estar associada a uma menor mortalidade. Em Medicina Humana, a espironolactona melhora a variabilidade da frequência cardíaca, o que sugere um efeito parassimpaticomimético da mesma. Em Medicina Veterinária não existem, até ao momento, estudos que comprovem o mesmo efeito em cães. Deste modo, neste trabalho foi avaliado o efeito da espironolactona no sistema nervoso parassimpático (SNP) de cães com DMVM no estadio C em tratamento com a terapia tripla clássica. Neste trabalho foram incluídos quatro cães com DMVM no estadio C observados no Hospital Veterinário do Porto, entre setembro de 2018 a fevereiro de 2019, em tratamento com furosemida, pimobendan e benazepril há mais de 15 dias. A todos os animais foi adicionado ao tratamento a espironolactona, na dose de 2 mg/kg, por via oral, numa toma única diária. Foi realizado um ECG no dia do início do tratamento com a espironolactona e um segundo ECG oito semanas após o início da sua administração. A variabilidade da frequência cardíaca foi avaliada através da medição do índice de tónus vasovagal. Neste trabalho observou-se que a maioria dos cães não tinha raça definida (n=3), apresentavam idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos, eram maioritariamente do género feminino (3:1) e tinham pesos compreendidos entre os 5 e os 30,5 kg. Nestes animais, a variabilidade da frequência cardíaca melhorou após a introdução da espironolactona em três dos quatro cães estudados, sugerindo a possibilidade da espironolactona ter efeito na melhoria do tónus parassimpático de cães com DMVM no estadio C, quando associada à terapia tripla clássica. O número reduzido de animais incluídos neste trabalho não permite retirar conclusões com validade científica. No entanto, este trabalho salienta a necessidade de serem realizados novos estudos com uma amostra maior para avaliar-se a eficácia da espironolactona na melhoria da variabilidade da frequência cardíaca e consequentemente, o seu efeito no sistema nervoso parassimpático.
Mostrar más [+] Menos [-]A doença mixomatosa da valva mitral (DMVM) é a doença cardíaca mais frequente em cães. Nesta doença ocorrem alterações no sistema nervoso autónomo e no sistema reninaangiotensina-aldosterona que desempenham um papel preponderante na fisiopatologia da mesma. A espironolactona foi recentemente adicionada à terapia tripla clássica (furosemida, pimobendan e inibidores da enzima de conversão da angiotensina I) para o tratamento de cães com DMVM no estadio C por estar associada a uma menor mortalidade. Em Medicina Humana, a espironolactona melhora a variabilidade da frequência cardíaca, o que sugere um efeito parassimpaticomimético da mesma. Em Medicina Veterinária não existem, até ao momento, estudos que comprovem o mesmo efeito em cães. Deste modo, neste trabalho foi avaliado o efeito da espironolactona no sistema nervoso parassimpático (SNP) de cães com DMVM no estadio C em tratamento com a terapia tripla clássica. Neste trabalho foram incluídos quatro cães com DMVM no estadio C observados no Hospital Veterinário do Porto, entre setembro de 2018 a fevereiro de 2019, em tratamento com furosemida, pimobendan e benazepril há mais de 15 dias. A todos os animais foi adicionado ao tratamento a espironolactona, na dose de 2 mg/kg, por via oral, numa toma única diária. Foi realizado um ECG no dia do início do tratamento com a espironolactona e um segundo ECG oito semanas após o início da sua administração. A variabilidade da frequência cardíaca foi avaliada através da medição do índice de tónus vasovagal. Neste trabalho observou-se que a maioria dos cães não tinha raça definida (n=3), apresentavam idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos, eram maioritariamente do género feminino (3:1) e tinham pesos compreendidos entre os 5 e os 30,5 kg. Nestes animais, a variabilidade da frequência cardíaca melhorou após a introdução da espironolactona em três dos quatro cães estudados, sugerindo a possibilidade da espironolactona ter efeito na melhoria do tónus parassimpático de cães com DMVM no estadio C, quando associada à terapia tripla clássica. O número reduzido de animais incluídos neste trabalho não permite retirar conclusões com validade científica. No entanto, este trabalho salienta a necessidade de serem realizados novos estudos com uma amostra maior para avaliar-se a eficácia da espironolactona na melhoria da variabilidade da frequência cardíaca e consequentemente, o seu efeito no sistema nervoso parassimpático.
Mostrar más [+] Menos [-]Información bibliográfica
Este registro bibliográfico ha sido proporcionado por Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro