Juazeiro, Ziziphus joazeiro Martius – Valor Terapêutico e Símbolo de Resistência e Esperança no Semiárido

Abstract O juazeiro (Ziziphus joazeiro) é uma planta da família das Rhamnaceae, também conhecida como joá, joazeiro, juá-de-espinho, juazeiro, jurubeba, jurupeba, raspa-de-juá, juá-fruta, enjuá, enjoaá, juá-mirim, laranjeira-do-vaqueiro, Joazeiro. É uma árvore de porte médio, que cresce de 8 a 15 metros de altura, com ramagem espinhenta e copa entrelaçada. As folhas são simples, largas e caracterizadas por três nervuras principais pilosas no dorso que saem da base, encontrando-se no ápice. As flores são minúsculas, de cor amarelo douradas e nascem em cimeiras (tipo de cacho desordenado) axilares. Seus frutos se parecem com pequenas maçãs amarelas, têm gosto adocicado e forte que lembra uma mistura de amendoim e laranja. É nativa da caatinga nordestina, em várzeas do rio São Francisco no norte de Minas Gerais e principalmente no interior da Bahia (Brasil), e aparece em regiões secas da Argentina, Bolívia e Paraguai. Como princípios ativos possui ácido betulínico, ácido oleamólico, amido, anidrido fosfórico, cafeína, celulose, hidratos de carbono, óxido de cálcio, proteínas, sais minerais, saponina, vitamina C. Devido à sua composição química a literatura reporta propriedades medicinais que incluem: adstringente, anti-inflamatória, antigripal, caspa, cicatrizante, desopilante, expectorante, favorece o crescimento e evita a queda de cabelo, febrífuga, higienizante, sudorífero, tônico capilar, sendo utilizada para tratamento da caspa, febre, gengivite, má digestão, males do estômago e órgãos sexuais, placa bacteriana, queda de cabelo, vias urinárias. Porém, não é indicada em gestantes, lactantes e crianças devido à saponina, substância considerada tóxica se consumida em excesso. Este trabalho apresenta o relato de uma senhora, natural de Martinópole – CE, conhecedora da planta e de suas propriedades medicinais. Concluiu-se que o juazeiro constitui um símbolo de resistência, sendo uma referência importante para as pessoas que vivem num ambiente com características tão peculiares, como é a região semiárida, sendo necessário, preservar-se o conhecimento passado de geração em geração a respeito da planta e de se estimular estudos para preservação de tal conhecimento.