La gestión del agua en el valle de la Sabana y sus cuencas aledañas en el área periurbana de la ciudad de Acapulco se ha realizado sin considerar las condiciones socioambientales que subyacen entre la pobreza, la marginación y su interacción con los recursos naturales, por lo que continúan persistiendo la construcción de riesgos por déficit en los servicios de agua potable y su saneamiento en un contexto de vulnerabilidad socioambiental de sus habitantes. El objetivo fue determinar los factores preponderantes que inciden en la vulnerabilidad socioambiental ante la falta de servicios de agua potable y saneamiento en la microcuenca Arroyo Las Cruces. Se aplicó el enfoque sistémico y de cuenca, así como la técnica multivariante análisis de correspondencias múltiples (ACM). Con base en el análisis relacional de los resultados del ACM, los factores que determinan la vulnerabilidad socioambiental son la carencia de servicios públicos, dependencia de la población por recursos naturales contaminados y baja participación comunitaria para hacer frente a sus problemas comunitarios ante la prevalencia de conflictos. La relación sistémica entre estos factores limita las capacidades socioorganizativas, lo que podría incidir en los procesos participativos para la gestión del agua bajo un esquema local de gobernanza que contribuya en asegurar el abastecimiento de agua y saneamiento en áreas marginales en este espacio periurbano.

The characteristics of an aquatic ecosystem and its water quality are affected by inadequate soil uses. The main types of uses affecting water quality are urban occupation and industrial and agricultural activities, which include effluents release at the water bodies and fertilizers used in the rural areas. The evaluation of only physical and chemical variables may be not sufficient to describe the whole impact of soil uses in the water quality. Thus, the search for bioindicators is necessary, since they can respond to a sum of environmental variables that could explain little about the environment if considered alone. The periphytic community is considered a good bioindicator and an important tool for streams biomonitoring, but it is still little applied in Brazil. Therefore, the goal of this work was to evaluate the capacity of the total periphytic community and also only diatoms to describe the water quality of streams subject to the effects of different soil uses. We analyzed water samples from systems at the hydrographic sub-basin of Rio Ipanema, in Ipatinga (MG), during the rainy and the dry seasons. We collected water and periphyton in six points located in areas that are subjected to different types of soil use and occupation. Two points were located at rural areas, two points at periurban areas and the other two were located at urban areas. Based on chemical analyses, it was observed that the quality of water differed between the sampling points, with Trophic Status Index (IET) varying from ultraoligotrophic to hypereutrophic. The quantification of periphytic community was performed at species level, with data evaluated as total biovolume and diatoms biovolume only. The points of urban areas (Bom Jardim and Foz), more degraded by domestic and industrial sewage, presented larger periphytic biomass. Diatoms were the group of larger biomass and showed higher species diversity, and its quantification allowed to detect bioindicators for impacts at the urban systems, such as Nitzschia palea, Navicula cryptotenella, Gomphonema lagenula, G. parvulum e G. brasiliensis. Thereby, this group of microalgae revealed to be a useful tool to biomonitoring of water quality in the studied environments. | As características dos ecossistemas aquáticos e a qualidade da água são afetadas pelo mau uso do solo. As principais práticas que afetam essas características são a ocupação urbana e atividades industriais e agrícolas, que incluem lançamentos de efluentes nos corpos d’água e o uso de fertilizantes, por exemplo. Mensurar somente variáveis físicas e químicas pode ser insuficiente para avaliar todo o impacto do uso do solo na qualidade da água, fazendo com que a busca por bioindicadores seja necessária, pois demonstram se a biota poderia estar sendo afetada pelos impactos. A comunidade perifítica tem sido considerada boa bioindicadora e uma ferramenta importante para o biomonitoramento de córregos, mas ainda pouco empregada no Brasil. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi analisar a capacidade da comunidade perifítica como um todo e também somente as diatomáceas para descrever os efeitos de diferentes usos do solo sobre a qualidade da água. Foram analisadas amostras de água de sistemas lóticos na sub-bacia hidrográfica do Rio Ipanema, em Ipatinga (MG), na estação chuvosa e na estação seca. Foram amostrados 6 pontos, localizados em áreas sujeitas a diferentes tipos de usos e ocupação do solo, sendo 2 pontos localizados em áreas rurais, 2 em áreas periurbanas e 2 em áreas urbanas. Com base em análises químicas, foi observado que a qualidade da água diferiu entre os pontos de amostragem, com o Índice de Estado Trófico (IET) variando de ultraoligotrófico a hipereutrófico. A quantificação da comunidade perifítica, posteriormente com ênfase em espécies de diatomáceas. Os pontos de áreas urbanas (Bom Jardim e Foz), mais degradados devido ao despejo de esgotos, apresentaram maior biomassa perifítica. De um modo geral, as diatomáceas foram o grupo de maior biomassa e mais diversificado no perifíton, sendo que sua quantificação permitiu detectar espécies bioindicadoras de impactos nos ambientes urbanos, como Nitzschia palea, Navicula cryptotenella, Gomphonema lagenula, G. parvulum e G. brasiliensis. Assim, este grupo de algas mostrou ser uma ferramenta útil para o biomonitoramento da qualidade da água nos ambientes estudados.

No Alto Tietê, o espaço rural nas proximidades da Região Metropolitana de São Paulo vem passando por alterações, através da incorporação de usos não-agrí­­colas com caracterí­­sticas tipicamente urbanas, como atividades industriais e de serviços, dentre elas, pesqueiros e sí­­tios de piscicultura. O presente trabalho possibilitou a realização de um diagnóstico socioeconômico e ambiental da atividade pesqueira nas regiões de Tietê-Cabeceiras e de Guarapiranga, com ênfase para a pesca esportiva ("pesque e pague†e "pague e pesqueâ€Â), identificando também os sí­­tios de piscicultura. A pesquisa foi realizada no Estado de São Paulo, na Bacia do Alto Tietê, especificamente nos municí­­pios de Suzano, Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e Salesópolis (sub-bacia Tietê-Cabeceiras), e na região de Parelheiros e Jardim Ângela (sub-bacia Guarapiranga), no perí­­odo set./2003-jun./2004. Foram pesquisados 24 pesqueiros (o que corresponde a 35% do total identificado na região em estudo), sendo entrevistados os proprietários e os pescadores esportivos. A análise da tipologia de trajetória dos pesqueiros permitiu a identificação de quatro tipos, levando em consideração os empreendimentos com serviços básicos e aqueles com serviços básicos+opcionais e proprietários com ou sem capacitação. Concluiu-se que a atividade de pesqueiros nas regiões pesquisadas surgiu como alternativa de renda e lazer, mas que, atualmente, não pode ser considerada como empreendimento lucrativo, como na época de sua implantação, tendendo a permanecer em atividade somente os pesqueiros mais eficientes. No que diz respeito aos indicadores técnicos, os empreendimentos mostraram-se bastante precários e similares entre si. Com relação í­Â  qualidade da água efluente dos lagos dos pesqueiros, os valores das concentrações de nitrogênio e fósforo indicam a presença de elevada carga orgí­¢nica, que contribui para a degradação dos corpos d’água do entorno. Diante disso, constatou-se a necessidade de um manejo adequado dos lagos dos pesqueiro e da implantação de estações de tratamento da água.