Eficiência do uso da água e rega deficitária
2006
Chaves, M.M. | Santos, T.P. | Ortuno, M.F. | Rodrigues, M.L. | Lopes, C.M. | Maroco, J.P. | Pereira, J.S.
O conhecimento dos factores que regulam o balanço entre assimilação de carbono e perda de água por transpiração, bem como os que regulam a partição dos assimilados entre estruturas vegetativas e reprodutivas relativamente à disponibilidade de água, são essenciais para identificar tecnologias que permitam ajustar a rega às necessidades da planta. Grandes fluxos de água não são essenciais para o funcionamento adequado das plantas e pode-se poupar água manipulando o funcionamento dos estomas, através da exploração da sinalização química de longa-distância, entre a raiz e a parte aérea. Nos últimos anos desenvolveram-se diferentes modalidades de rega, que permitem aumentar a eficiência do uso da água, sem perdas significativas de rendimento e com eventuais ganhos de qualidade da produção. Com base na resposta fisiológica das culturas ao deficit hídrico, são hoje utilizados vários tipos de rega deficitária. No presente trabalho descreve-se um caso-de-estudo com a vinha em que se comparam os efeitos de diferentes tipos de rega na produção (quantidade e qualidade), bem como sobre os processos fisiológicos que explicam as diferenças encontradas. Os resultados dos nossos estudos sugerem que as videiras do tratamento PRD (rega parcial das raízes com 50% da evapotranspiração da cultura, ETc, fornecida alternadamente a cada lado do sistema radicular) mostram uma diminuição do vigor relativamente às FI (rega com 100 % da ETc) e DI (rega com 50% da ETc, 25% fornecido a cada metade do sistema radicular). O vigor das videiras PRD aproxima-se do observado em videiras não regadas (NI), o que se reflecte num aumento da exposição dos cachos nas videiras PRD e NI relativamente às DI e FI. Relativamente aos principais processos fisiológicos que determinam a eficiência do uso da água, observou-se nas videiras PRD e DI uma redução na condutância estomática e no fluxo da seiva relativamente às FI, mas as diferenças entre PRD e DI são subtis, variáveis com a data, com a variedade e mais visíveis em condições controladas do que no campo. A redução observada na condutância estomática no PRD, apesar de pouco marcada, explicará parcialmente a manutenção do estado hídrico mais próximo das FI do que das DI. Adicionalmente a alteração da arquitectura e da dimensão do sistema radicular nas videiras PRD, em que se observou um aumento das raízes em profundidade relativamente aos outros tratamentos, pode explicar uma maior eficiência na captação da água pela planta. Relativamente ao rendimento e qualidade do fruto, observou-se uma maior concentração de antocianinas nas películas dos bagos e de fenóis totais nas videiras PRD e NI do que nas DI e FI, confirmando o impacto da rega na intercepção da luz, em particular na zona do cacho. O tipo de rega não alterou significativamente a acumulação de açúcares nos bagos e o pH do mosto
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Эту запись предоставил Technical University of Lisbon